Home Comunidade Um ano depois, Paris continua “órfã” da sua Catedral icónicaCatarina Falcão·17 Abril, 2020Comunidade Os católicos em Paris, mas também os milhões que passaram por Notre Dame, “não esquecem” a Catedral e sendo a mãe de todas as igrejas na capital francesa, deixa “um bocadinho órfãos” todos os que se identificam com ela. “A Catedral não é só um espaço de celebração. É a Igreja do Bispo, onde ele tem a sua cátedra. E é a Igreja mãe de todas as igrejas. Portanto, cada comunidade cristã tem na catedral a sua mãe, enquanto ela não estiver funcional, estamos um bocadinho órfãos”, disse à Lusa o Reitor do Santuário Nossa Senhora de Fátima de Paris, Nuno Aurélio. À frente de uma igreja de culto mariano na capital francesa, o Padre português considera que um ano após o incêndio de 15 de abril que devastou a Catedral de Notre Dame, o “trauma” persiste por não haver local de culto que substitua uma catedral e por tocar a todos, crentes e não crentes. “A Catedral de Notre Dame, para além de ser uma igreja de Paris, é um espaço por onde passou a história da França e, para além da França, por onde passou a vida de muitos milhões de pessoas que vêm a Paris e que a visitaram. Daí a consternação, o choque que o incêndio provocou em todo o mundo”, indicou Nuno Aurélio. A data de reabertura da Catedral foi estabelecida pelas autoridades francesas para 16 de abril de 2024, cinco anos após o incêndio. Uma meta na qual o Padre português, antigo Diretor do Secretariado dos Bens Culturais da Igreja entre 1999 e 2007, não tem muita fé. “Por aquilo que fui ouvindo naquela época, a realidade dos prejuízos na Catedral e escutando os especialistas que aqui vão falando nela, não me parece realista que neste prazo de cinco anos seja possível renová-la”, considerou. Nuno Aurélio argumenta que estes trabalhos são “demorados e delicados” já que não se trata de betão. O Padre lembra ainda que neste momento, devido à pandemia, o estaleiro das obras se encontra fechado e que ainda nem há “um diagnóstico definitivo” sobre a estrutura da Catedral. “Eu acredito em milagres, mas milagres que envolvem pedras e outras coisas, é mais difícil”, concluiu. [pro_ad_display_adzone id=”37510″]