LusoJornal / Mário Cantarinha

O 25 de Abril do cantor de opereta Tony Gama

O 25 de Abril de 1974 veio trazer aos Portugueses a dignidade de viverem num país livre e de entrar em democracia! Permitiu-me voltar ao meu país e de sair dele livre com a possibilidade de não me esconder! Pois só tinha direito a um passaporte de ida, passado pelo Consulado português da rue Eduard Fournier, em Paris!

Para sair era necessário recorrer ao famoso “passaporte de coelho” ou seja atravessar a fronteira “a salto”.

Encontrava-me em Paris quando a incrível notícia me chegou, passei a noite a tentar sintonizar a rádio portuguesa para ter notícias, a telefonar aos meus pais para saber se estavam bem e como decorriam as coisas.

Chorei de alegria e tristeza por não estar no meu país a viver essa transformação, logo que pude lá fui eu respirar um pouco de liberdade e beijar o meu chão logo que passei a fronteira.

Hoje, claro que continuo feliz e orgulhoso pelo nosso 25 de Abril, mas infelizmente a crise que atravessa o nosso país, faz-me pensar um pouco no antes da Revolução: nova vaga de emigrantes, uma parte do povo tem fome e não se pode tratar, cheio de medo do amanhã e outra parte do povo vive na opulência! A diferença é que hoje podemos falar, gritar, abaixo os incapazes que nos governam e enriquecem à custa do Zé.

Viva o 25 de Abril.

 

Tony Gama

Cantor de opereta

 

Testemunho recolhido para o LusoJornal, no quadro da Exposição sobre os 40 anos do 25 de Abril, do fotógrafo Mário Cantarinha, publicado na edição em papel do LusoJornal de abril de 2015.

 

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]

LusoJornal