A CCPF junta Associações do Leste em Metz

Este primeiro ‘rendez-vous’ associativo proposto pela Coordenação das Coletividades Portuguesas de França (CCPF) que decidiu descentralizar um dia de reunião e de formação em Metz dirigida aos líderes portugueses e lusófonos do Leste de França aconteceu no sábado dia 13 de abril, no Claustro histórico des Récollets, onde o Governo de Portugal e a cidade de Metz assinaram um Protocolo de cooperação internacional, no dia 13 de setembro de 2018.

O evento recebeu o apoio da DGCCAP e contou com a presença da própria Presidente da CCPF, Marie Hélène Euvrard, “a Francesa mais portuguesa de França”.

Cabe honradamente relembrar que, em França, os Portugueses constituem a mais numerosa das Comunidades portuguesas na Europa e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas nesse país, rondando um milhão e meio de pessoas considerando só os mononacionais (segundo o site do Ministério francês dos negócios estrangeiros). O Associativismo português de cá, apesar de enfrentar numerosas dificuldades e transformações faz muito boa figura como referência de dinamismo no espaço de solidariedade que nem só é conceito, mas uma prova de fraternidade que nutriu e nutre a vida das ‘Communes’, em todas as partes onde residem, através do território, há tantas décadas, face às restantes famílias associativas europeias de França, ligadas a emigrações mais remotas ainda. Enquanto lá, em Portugal, consta-se o mais baixo índice de associativismo da Europa. Após um boom, a seguir ao 25 de Abril, a participação dos Portugueses em associações ou coletividades é atualmente muito reduzida no território nacional, sendo que a maioria da população nacional não pertence a nenhum movimento ou grupo de cidadãos. Porque há quem acha que fora sejamos menos cívicos…

José de Moura, Sandra de Moura em Uckange (Os Portugueses de Lorraine), Manuel de Sousa em Metz (a Associação Cultural Portuguesa de Metz), Marie-Hélène Machado em Rombas (Grupo Regional do Vale de l’Orne), Ricardo Kajú em Sérémange (Cultura Brazil), junto de outros testemunhas de qualidade, líderes mais ativos e próximos de Metz participaram e interagiram com mais de 50 pessoas durante o dia para assumir a solidão que enfrentam cada vez que organizam eventos culturais, desportivos de grande dimensão sem ajuda alguma das autoridades públicas locais.

Ninguém desmente a dificuldade da transmissão e da continuidade com a segunda e a terceira geração “são sempre os mesmos a dar tempo e braços”. “Festas populares atraem milhares de pessoas que não são lusos e ficamos satisfeitos por isso, mas pedimos mais apoio!” Ter ensino da língua portuguesa e a uma colocação de professora na Lorena na próxima entrada escolar quase foi rezada… Os Portugueses nunca deixaram de emigrar, particularmente desde 2008 outra vez, e a questão da relação às administrações públicas e aos direitos sociais permanece uma preocupação séria para os dirigentes associativos ficando sem poderes e gerando situações dramáticas para as famílias recém-chegadas carenciadas de ajuda durante meses. Porém, continuam todos a persistir com disposição natural e fundamental para a dinâmica social. Até o colega do Brasil deixou cair umas lágrimas rogando “para ninguém desistir deste trabalho português magnífico de preservação das tradições etnográficas e tantas outras iniciativas de valor por aqui”!

A tarde foi consagrada a uma formação inovadora acerca da conduta de reunião, proferida por Marie-Hélène Euvrard, respeitando os líderes como todos os membros das associações, power points e ateliers de interação, ferramentas do século XXI, para despertar mais criatividade como acabar com situações de crise.

Por fim cabe saudar a presença de vários Vereadores da Câmara que felicitaram o contributo dos Portugueses na bela animação da vida da cidade e da aérea metropolitana, como no resto de França, dos dias da sua chegada até hoje em dia, o que fez o país mais alegre. Reconhecem a todos os presentes e a quem não pode presenciar, serem europeus da primeira hora que sempre assumiram gostar da ideia de Europa, que deram e dão inúmeras provas do movimento associativo português como todavia intrinsecamente ligado à democracia, e também declararam unânimes que querem ajudá-los nos projetos por vir.

Doan Tran, que assume a delegação dos Assuntos europeus e internacionais na Mairie de Metz terminou a sessão com uma proposta oficial municipal: uma semana anual dedicada a Portugal e à Lusofonia, em junho de 2020, nos dias em que se festeja o 10 de Junho. O dia não podia acabar com mais bela e compensadora novidade. Até o ano, para mais Portugal em Metz!

 

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