LusoJornal | Mário Cantarinha

A Rádio Alfa comemorou hoje 35 anos de existência

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A Rádio Alfa de Paris festejou neste dia 5 de outubro, 35 anos de existência, com um dia inteiro em direto a partir da Sala Vasco da Gama e na presença da equipa da rádio e de muitos convidados e ouvintes.

No dia 5 de outubro de 1987, nos primeiros estúdios da Rádio Alfa, em Paris 13, Rogério do Carmo foi a primeira voz da estação portuguesa de Paris. Depois fez passar um tema de Amália Rodrigues, da sua coleção pessoal. Começou nesse dia, eram 14h00, a aventura da Rádio Alfa, que Rogério do Carmo criou com Fernando Silva, Artur Silva, Jaime Mendes e Helena Machado, aos quais se juntou António de Morais Cardoso.

“A rádio evoluiu, cresceu, continua todos os dias a tentar evoluir, por vezes podemos cometer alguns erros, alguns falhanços, mas o nosso objetivo é sempre o de ir atrás daquilo que é preciso para a Comunidade portuguesa” disse hoje Fernando Lopes, o Diretor da Rádio Alfa. “Claro que era muito mais fácil no início da rádio, porque tínhamos só uma geração para tentar agradar. Agora, 35 anos depois, temos 2 e por vezes 3 gerações para agradar, e nem sempre é fácil. Por vezes, para agradar a uma, desagradamos a outra”.

Fernando Lopes passou o dia na Sala Vasco da Gama, no rés-do-chão do edifício onde está a rádio, em Valenton, onde foi montado um estúdio móvel e de onde foram realizados todos os programas do dia.

Numa entrevista ao LusoJornal, Fernando Lopes explicou que durante a pandemia, a rádio aproveitou para renovar a imagem, estar mais ativa nas redes sociais, criou um novo site internet, um novo logotipo, uma nova força de marketing e até uma nova forma de comercialização da publicidade. “Foi a nossa aposta, espero que vamos ter um resultado, mas uma coisa é certa, a Rádio Alfa não irá mudar no seu essencial, aquilo que nós queremos é continuar a dar informação de Portugal, de França e informação da Comunidade portuguesa de França, isso acompanhado com a música portuguesa. Estamos muito orgulhosos que as pessoas nos digam que somos a rádio mais portuguesa da Europa e que a Rádio Alfa passa mais música portuguesa do que as próprias rádios que estão em Portugal”.

Entretanto também têm chegado novas vozes à Rádio Alfa porque “todos nós temos um dia a mais do que no dia de ontem” ironiza o Diretor da estação. “E há um momento em que nós temos de renovar as forças vivas da rádio. Temos novos comunicadores, novos jornalistas, novos comerciais, isso é normal em qualquer empresa, apostamos, esperando que as apostas sejam rentáveis”.

Mas o Diretor da Alfa acrescentou que “as pessoas que entram, vestem a camisola da Rádio Alfa e nós ficamos orgulhosos disso. É quase como no futebol, podemos ter um clube, mas quando vemos a camisa da Seleção, estamos todos juntos. Eu tenho a impressão que as pessoas, quando vestem a camisola da Alfa, é como se vestissem a camisola da Seleção”.

Para o futuro, Fernando Lopes não prevê que a Rádio Alfa volte a organizar a Festa dos Santos Populares que durante muitos anos marcou a agenda da Comunidade portuguesa da região parisiense, “era um evento muito forte, mas teve de desaparecer por motivos financeiros”, mas garante que está a pensar num outro formato, provavelmente em 2024, sem querer, por enquanto, desvendar mais.

Até lá Fernando Lopes quer dinamizar mais a Sala Vasco da Gama. No dia 10 de outubro já está agendado um concerto com João Pedro Pais, no dia 18 de novembro vai organizar uma Noite de fado com Cuca Roseta, Marco Rodrigues e Sara Correia, quer organizar mais uma Noite com fadistas de Paris, em fevereiro, está a prever organizar eventos “por exemplo umas tasquinhas” para acompanhar os jogos da Seleção de futebol, a Semana da gastronomia vai ter lugar no mês de março… “Vamos continuar a fazer eventos para que as pessoas não vejam unicamente o logotipo da Rádio Alfa, mas onde possam ver as caras de quem faz rádio e possam partilhar momentos de alegria com a Rádio Alfa”.

Durante o dia passaram pelos estúdios improvisados da Rádio Alfa muitas personalidades, como por exemplo o Cônsul-Geral de Portugal em Paris ou o antigo Deputado e antigo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Gonçalves. “Mais do que estar a dar os parabéns, eu gostaria era de agradecer o trabalho realizado em 35 anos” disse Carlos Gonçalves ao LusoJornal.

“Antes da Rádio Alfa houve outros projetos de rádio em língua portuguesa na região parisiense. Este foi um projeto que se consolidou, que atravessou, como é evidente, uma grande parte da minha vida e eu acompanhei a Rádio Alfa desde o início nas suas diferentes fases” disse Carlos Gonçalves ao LusoJornal. “A Rádio Alfa tem um papel fundamental na ligação desta Comunidade ao seu país de origem, nomeadamente a divulgação da língua e da cultura. Eu próprio, que exerci funções políticas, a visibilidade que ganhei devo-a em parte à Rádio Alfa. Foi o primeiro lugar onde as pessoas que vivem no estrangeiro começaram a ouvir as minhas opiniões. Passei por aqui como sindicalista, como dirigente político, como Deputado, como Secretário de Estado, como cidadão… e portanto é uma rádio que me tem acompanhado”.

Carlos Gonçalves deixa também um novo desafio para os órgãos de comunicação social portugueses no estrangeiro. “Todos os órgãos de comunicação social são obrigados a pensar o futuro porque as coisas mudaram, há novas tecnologias de comunicação, há novos instrumentos” e confiou também que “a Rádio Alfa sempre soube ultrapassar os momentos de maior dificuldade e quero acreditar que este projeto irá ter continuidade e que permitirá levar aos quatro cantos do hexágono francês, uma mensagem em língua portuguesa e, no fundo, a afirmação da nossa Comunidade”.

 

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