Alfredo Cadete: o homem dos sete ofícios e uma paixão pelo jornalismo

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]

 

Alfredo Cadete nasceu em 1943, em Fiães, no município de Santa Maria da Feira, tendo vivido desde novo em Lourosa.

Com 79 anos, o espírito continua jovem e a paixão pelo desporto e jornalismo estão bem patentes quando conversamos com ele. São genes, são ADN, que lhe vêm da família e que muito bem descreve no livro: «Alfredo Cadete e as suas memórias», uma biografia repleta de informações; das dificuldades da vida, de anedotas, de casos de uma vida repleta de recordações, de momentos a praticar, a informar.

Seguindo o exemplo de pai, que foi guarda-redes, de tio e primos, ainda novo surgiu o gosto pelo desporto. Da história da família fica como pertencendo a esta, o defesa internacional do Porto e da Seleção de Portugal, Fernando Couto.

Em forma de homenagem aos entes desaparecidos, Alfredo Cadete e familiares, criaram a Aliança Família Cadete, que entre outros, organiza um encontro familiar anual que conta com meio século de partilha.

Alfredo Cadete não fugiu à regra, dando os primeiros pontapés na bola nos juniores do Lusitânia de Lourosa, que depressa trocou pelo Clube Futebol Perosinho.

Do futebol para o atletismo, o salto foi rápido.

O FC do Porto organizou num domingo de manhã provas de captação de atletas, Alfredo Cadete inscreveu-se nos cinco mil metros, com outros cerca de 30 concorrentes. Ainda sem grande experiência, lança-se de imediato para o topo da corrida, cortando a meta na primeira posição.

Apesar de convidado pelo FC Porto, Alfredo Cadete não hesitou e preferiu envergar a camisola do Sporting de Espinho dado ficar mais perto da sua residência em Lourosa. Do Sporting de Espinho, mudou-se para CF “Os Belenenses” durante o seu tempo de tropa.

Regressado à terra, esperava-o o trabalho na indústria corticeira, com os seus familiares.

Surge entretanto outro objetivo: o de criar família.

Marcado para as 11h00 do dia 28 de dezembro de 1968, Alfredo Cadete somente se apresenta para casar uma hora depois, ao meio-dia, peripécia que conta, detalhadamente, nas suas memórias.

Com uma filha nascida, de dois anos, e uma segunda a caminho, a melhor solução encontrada foi a de emigrar para França, clandestinamente, ao volante de um Renault Dauphine. O salto foi iniciado, sem mapa de estradas, a 21 de abril de 1971.

Outra aventura, a família vai viver ao chegar a Irun. Vai ficar sem automóvel e dinheiro, tendo o salto terminado de comboio com algumas surpresas entre Hendaye e Paris, depois de terem recuperado uma guia de autorização de circular em França junto da polícia gaulesa.

Afinador de máquinas foi o primeiro trabalho praticado por Alfredo Cadete em França, que durou um ano, até obter a “Carte de Travail”.

Ser mecânico de automóveis era um sonho, até porque já tinha alguma experiência na matéria. E o sonho concretizou-se, através de um anúncio no jornal francês “Le Republicain” da empresa Sport Garage, em Marcoussis (1) que propunha trabalho a mecânicos.

Durante meio século, nunca abandonou a mecânica de automóveis, passando por grandes marcas até se reformar.

O jornalismo, escrito e radiofónico, era uma das grandes paixões de Alfredo Cadete. Não tardou em propor colaborações em terras de França com notável êxito. Esteve ligado em Paris à Rádio Ativa FM, à Rádio Eglantine, ao Rádio Clube Português (RCP), à Portugal FM e até à Rádio Alfa.

Esta rampa de lançamento conduziu-o à RDP internacional e à Antena 1, fazendo parte do programa “Linha Direta” que ia para o ar entre as 5 e as 7 horas da manhã. Correspondente da RDP Antena 1, relatava os maiores acontecimentos associativos e desportivos, “sem nunca ser remunerado nem tão pouco agradecido”, como confessou ao LusoJornal.

Para além da locução, Alfredo Cadete também escrevia para diversos jornais, tendo colaborado com o LusoJornal desde o seu arranque, em 2004.

Foram cerca de 30 anos de jornalismo e 45 anos de trabalho como mecânico de automóveis em França.

Reformado desde 2004, regressou a Portugal em 2012. Mas com o “bichinho ainda bem vivo”, faz rádio na Voz de Esmoriz 93.1 e na Informédia Rádio 106.3 em São João da Madeira, guardando ligação escrita com LusoJornal, sempre que tal se justifique, e com a Bancada Central-Espinho.

À pergunta “o que mais o marcou na sua vida jornalística”, Alfredo Cadete responde: “a Final da Taça dos Campeões Europeus, disputada no estádio do Prater, em Viena de Áustria, onde o FC do Porto venceu por 2-1 contra o Bayern de Munique, com golos que ficaram para a história de Juari e de Madjer”.

Outro grande fato que o marcou, foi o Mundial de Futebol 1998, disputado em França. Com a devida credencial, Alfredo Cadete acompanhou durante um mês a equipa do Brasil que estava instalada a 30 quilómetros de Paris, em Ozoir-la-Ferrière.

As horas que antecederam a final, no Stade de France, ficaram marcadas pela má disposição de Ronaldo, tendo sido Alfredo Cadete o primeiro jornalista a dar a informação que lhe chegou junto do hotel do Brasil.

Estas e outras “histórias”, Alfredo Cadete contou-as no programa “Conversas Soltas” do LusoJornal (ver a entrevista AQUI) e que o leitor poderá ler mais detalhadamente em “Alfredo Cadete e as suas memórias” cuja segunda edição está para ser publicada.

 

(1) Alfredo Cadete regressado que foi a Portugal não acompanhou a Seleção de Portugal durante o Europeu de 2016 ganho por Portugal. A Seleção portuguesa ficou albergada precisamente em Marcoussis durante a realização desse Europeu.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]