Andrea Santos considera que a moda deve ser para todas as mulheres

Andrea Santos é estudante de direito, manequim, modelo fotográfico, já foi 1ª Dauphine no concurso de Miss Intercontinental France 2016. No mesmo ano obteve o título de Belle de France. Está permanentemente em conexão com os mais variados temas do universo feminino e é uma das redatoras da nova revista feminina MEL Magazine (Mulheres Empreendedoras Lusófonas) que será lançada no dia 7 de novembro no Consulado Geral de Portugal em Paris.

LusoJornal foi conhecer melhor esta lusodescendente que vive nos arredores de Lyon e que será responsável pela redação da revista em Lyon.

 

A Andrea participou na 5ª edição de Miss Universo “Petite Taille”, conte-nos esta experiência.

Trata-se do mesmo principio que Miss France. Foi uma experiência muito enriquecedora. Graças a este concurso, realizei uma viagem internacional, na qual fiz um cruzeiro pelas Caraíbas, incluindo passagem pelo México. Obtive o prémio de “Melhor estado de espírito”, foi para mim e para o meu Comité, um reconhecimento de uma outra forma de beleza. Neste tipo de concurso existe a beleza física e a beleza interior que também conta, e fiquei orgulhosa com a obtenção deste prémio. Penso que a minha humildade também se deve aos valores transmitidos pelos meus países, e considero que ser portuguesa também ajudou bastante.

 

Acha que a moda evoluiu com a mulher ou foi a mulher que evoluiu com a moda?

A mulher de hoje tenta-se moldar um pouco ao mundo da moda, mas eu gostaria que fosse a moda a moldar-se à mulher de hoje. A mulher de hoje não veste o 34, veste também o 40, 42 ou mais. E verifico que as mulheres são muito complexadas no meio da moda, porque este mundo é estereotipado. E isso revolta-me um pouco, seria ideal que todas assumissem tal como são. Só para dizer que houve um excelente desfile de lingerie na Fashion Week em Paris da marca Etam, na qual existiam manequins de todos os tamanhos, o que me fez verdadeiramente feliz.

 

A Andreia pode definir-nos a MEL Magazine?

A MEL Magazine é uma revista feminina, e as iniciais “MEL” significam Mulheres Empreendedoras Lusófonas. Ou seja, desta revista feminina fazem parte mulheres lusófonas das várias regiões da França, com vários tipos de profissões, desde a coachs desportivas a nutricionistas. Não são necessariamente jornalistas, eu por exemplo vim do mundo da moda. E sou a mais novinha com 23 anos, mas a faixa etária é bastante variada. Alice Barros é a fundadora e responsável da revista MEL e encontra-se em Paris.

 

Desvende-nos um pouco o conteúdo da MEL Magazine.

Eu fiquei responsável pela parte Beleza, mas haverá um pouco de tudo desde a moda a artigos de opinião, é dirigida às mulheres, mas os homens também podem dar uma “olhadela”. Também fala dos homens (risos). Nesta primeira edição falo do corpo da mulher e como se assumir, é interessantíssimo, dirigido a todas as mulheres. No que diz respeito a mim, estou a fazer uma parceria com a loja de vestuário “Lusitânia”, localizada no 7° bairro de Lyon, e na revista poderão visualizar algumas fotos de combinações de roupa, Looks para o dia-a-dia.

 

Onde podemos encontrar a revista em Lyon?

Podem encontrar a revista a partir do dia 7 de novembro, mais propriamente no Consulado Geral de Portugal e em outros organismos portugueses, em Paris e em Lyon.

 

A internet tornou-se um canal de democratização de conhecimento. O que mudou no universo Fashion com a chegada de novos canais e novas maneiras de comunicar?

Sim, sem dúvida, com as influenciadoras das redes sociais, a moda está a levar outro rumo. Estas influenciadoras são as mulheres do nosso dia-a-dia.

 

Considera-se uma influenciadora?

Não, não me considero influenciadora, mas num futuro próximo até poderá acontecer, nunca se sabe.

 

Que tipo de consumidora é esta mulher da qual estamos falando?

É considerada uma mulher moderna, que gosta de se vestir, gosta de se mimar e cuidar, gosta dela própria e é segura de si, mas ainda falta qualquer coisa, não é suficiente, ainda fica um pouco na retaguarda. Não quer dar nas vistas. Não é muito audaz, continua discreta, mas acho que se pode alterar isso sem ser vulgar. Vejam a MEL (risos)

 

Há uma grande questão que sempre percorre o universo feminino que é como conciliar o desejo de ser uma profissional bem-sucedida, uma mulher sucesso e ao mesmo tempo conciliar a vida familiar. Como consegue equilibrar?

É um pouco complicado, mas é preciso ter um enorme gosto pelo que se faz, saber gerir o tempo, trabalhar muito e… ser portuguesa (risos). Tenho a vantagem que a família me apoia incondicionalmente.

 

Ao ser redatora da MEL, tem observado as mulheres nos últimos meses, certo?

Sim, observo as mulheres do quotidiano, começo por observar a minha mãe e a minha irmã e todas as outras mulheres do dia-a-dia, espero falar de todas a mulheres sem filtros.

 

Tem algum ritual para escrever?

Não necessariamente, sou eu que escrevo a parte da opinião, com base na observação do quotidiano, da atualidade do dia-a-dia, recomendo as marcas de que gosto porque tenho a inteira confiança nestes produtos. Escrevo com o coração, com o meu feeling. A revista irá ser escrita nas duas línguas, em francês e em português, mas a versão digital será português.

 

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