António Pereira reeleito à frente da Associação Desportiva e Cultural dos Portugueses de Albi

A Associação Desportiva e Cultural dos Portugueses de Albi foi a eleições no início do mês de julho, elegendo por um período de quatro anos os seus novos corpos gerentes, mantendo à frente da coletividade o Presidente António Pereira, enquadrado por uma equipa de 15 pessoas, entre Conselho de Administração e Mesa da Assembleia: Rosa e José Gonçalves, Valérie Pereira, Catherine e Jacques Landelle, Palmira e Augusto Correia, Francelina Borges, Conceição e João Alves, Celeste e Joaquim Pinto, Andreia Gil, Rosie e Daniel Francisco.

Seguiram-se as férias e o regresso às atividades tiveram lugar no mês de setembro, com um concurso de belote, e no âmbito da festa das associações locais, foi organizado uma jornada “Portas Abertas” na sala da associação, com o objetivo de informar e promover as inscrições para o novo ano letivo das aulas em língua portuguesa.

O LusoJornal foi ao encontro do Presidente António Pereira, para conhecer melhor as diversas atividades propostas pela associação albigeoise.

 

Cinco anos depois das primeiras aulas protagonizadas pela associação, acha que os objetivos iniciais foram atingidos?

O nosso objetivo é ter sempre mais alunos. As aulas começaram em janeiro de 2013, este será o nosso sexto ano letivo. As inscrições ainda não acabaram e atualmente estamos a prever entre 15 a 20 alunos repartidos em duas turmas. As aulas são na nossa sala, os alunos iniciantes têm 1 hora de aulas na terça-feira e os alunos que transitaram dos anos anteriores, tem 1h30 de aulas na quarta-feira.

 

Em geral, qual é o perfil dos alunos que frequentam as aulas?

Os lusodescendentes são minoritários. A maioria dos alunos têm uma esposa ou um marido de origem portuguesa, e desejam aprender a nossa língua. Ultimamente têm-se apresentado muitos alunos – ou potenciais alunos – com a vontade de aprender o português, na intenção de se instalarem definitivamente em Portugal.

 

Há vários anos que o vosso grupo de Marchas populares de Santo António, tem participado no Carnaval de Albi, considerado como o segundo mais popular do sul de França, vai ser o caso em 2019?

As Marchas populares de Lisboa evoluíram e modernizaram-se, mas o nosso grupo envelheceu, os nossos trajes também e não houve substitutos mais jovens. A nossa participação continua, mas de uma maneira diferente. A organização do Carnaval de Albi pôs à nossa disposição um carro alegórico que começámos a animar em 2018. Em 2019 vamos novamente participar, animando um carro alegórico com o tema do Carnaval, mas com músicas, coreografias e roupas tipicamente portuguesas. Uma maneira de promover a nossa associação e as cores de Portugal.

 

As associações portuguesas em França são bastante conhecidas pelas festas que organizam, também é o vosso caso?

Claro. Essas festas são essenciais para manter bem vivas as tradições portuguesas e proporcionar aos nossos amigos franceses um momento de convívio junto da nossa Comunidade. Sem esquecer que é necessário ter receitas para pagar a renda da sala e financiar as outras atividades. Organizamos uma festa mensalmente na nossa sala, exceto em outubro que são duas, às quais se juntam os concursos de cartas, três sábados por mês. Até este ano organizávamos duas grandes festas anuais em salas alugadas. Uma para comemorar o 25 de Abril e outra no mês de junho, para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Em 2019 vai haver mudanças. Tal como no grupo das Marchas, os colaboradores envelheceram e essas grandes festas necessitam de muito trabalho e muito esforço, mesmo se a motivação não se alterou, o cansaço vem ao de cima. Falta juventude para dar um apoio e continuidade às nossas atividades. Portanto em 2019 vamos organizar uma única grande festa em abril. De qualquer maneira, a nossa sala, situada no 56 route de Teillet, em Albi, está aberta aos sábados e domingos à tarde, com bar aberto e sempre um petisco para saborear.

 

Depois da extinção da equipa de futsal, esta época a vossa equipa de futebol, o Sporting FC, vai estar ausente dos relvados d’Occitanie. Acabou o desporto na associação?

São duas razões diferentes. No futsal conseguimos em poucos anos ascender ao mais alto nível regional, com alguns títulos à mistura. Com a limitação da dupla licença – futsal/futebol – alguns atletas não podiam jogar. A isso vieram-se juntar os problemas de disponibilidade devido aos horários dos jogos e às deslocações, e acabamos por extinguir a disciplina em 2016. Depois de uma década de ausência, a equipa de futebol renasceu em 2014. Subimos de divisão, ganhámos duas Taças regionais e os problemas começaram a surgir no início deste ano. Sem explicações, o Treinador que tinha transitado do futsal, abandonou o clube. Fiz-lhe inteiramente confiança para constituir um grupo de futebolistas à sua maneira, e por fim fui traído! Por razões que ultrapassam o meu entender, o ex-Treinador convenceu a maioria dos atletas a abandonar o clube. Portanto era difícil constituir, à última hora, um efetivo para disputar o Campeonato esta época. Vai servir-me de lição! No entanto não vou abandonar o projeto desportivo, para o ano ou daqui por dois anos vai haver novamente futebol.

 

Na composição das equipas, havia poucos nomes portugueses. É uma opção?

Vêm para o clube os jogadores interessados, sem distinção de origens ou nacionalidades. No entanto é verdade que a implicação dos portugueses ou lusodescendentes da região tarnaise nas equipas associativas é bastante limitada. Os nossos vizinhos do Benfica de Graulhet não escapam à regra. Explicação racional não tenho. Sempre tentei trazer para o clube uma maioria de jogadores portugueses ou lusodescendentes, com pouco sucesso. Talvez tenham vergonha de representar uma coletividade portuguesa, ou então têm condições para representar as equipas francesas, que nós não podemos oferecer.

 

Eclética, a Associação Desportiva e Cultural dos Portugueses de Albi, tem na Fundação Nossa Senhora de Fátima a sua ramificação cultual, organizando eventos religiosos duas vezes por ano.

A última iniciativa da associação foi a de organizar une Noite de Fados, bienal. A próxima está agendada para o dia 6 de outubro, com os “Ana-Maria Trio”.

 

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