LusoJornal / Mário Cantarinha

Associação portuguesa organizou uma Desfolhada em Clamart

A Amicale Franco-Portugaise de Clamart (92) organizou, no sábado passado, mais uma Desfolhada, na Sala de Festas Municipal, na place Jules Hunebelle. No sábado à noite a associação organizou um baile com o grupo Enigma e no domingo à tarde teve lugar a Desfolhada propriamente dita, com a atuação de quatro grupos de folclore.

“Queríamos fazer uma coisa diferente do que já se fazia” explica Maria Marques, a fundadora da associação, no dia 12 de julho de 2000. “Era para ser as vindimas, mas as vindimas, numa sala, seriam complicadas, nasceu a ideia do milho porque no fim, varremos e fica tudo limpo” conta ao LusoJornal.

Maria Marques pôs condições. “A minha condição era que tivéssemos aqui um carro de bois para criar o verdadeiro ambiente das Desfolhadas”. E foi o que aconteceu. Alguns elementos da associação foram a Portugal buscar um carro de bois e várias alfaias. “Durante algum tempo, íamos a Portugal propositadamente, uns dias antes da Desfolhada, buscar um pipo de vinho”.

Estava por resolver um outro problema: onde encontrar o milho? “Andamos a ver por aqui, pela região de Paris, mas ou não se encontrava ou então pediam-nos um franco por cada pé de milho, era uma loucura”. Até que um amigo, conhecida um amigo… E tudo se resolveu.

Todos os anos, na semana antes da Desfolhada, os elementos da associação deslocam-se à Champagne, à quinta de um português, para cegar o milho. “O senhor Oliveira guarda sempre um pedaço de milho para nós irmos lá cegar e recebe-nos muito bem. Prepara a churrasqueira e para nós é uma festa. Levamos a merenda e passamos ali um dia espetacular” diz Maria Marques. Agora é o filho, Miguel Oliveira, que cuida da quinta que herdou dos pais. “Ele quer que continue a tradição como no tempo do pai”.

E a tradição é que os membros do grupo de folclore se abastecem também de Champanhe para as festas do fim do ano, já que Miguel Oliveira se dedica essencialmente à produção vinícola.

No sábado à noite, depois dos Panados com arroz e batatas fritas, servidos a centenas de convivas, coube ao grupo Enigma a animação do baile. Esta já não é a primeira vez que o grupo Enigma subiu ao palco de Clamart. “Foi a quarta vez que eles vieram cá, mas agora tem um significado particular porque o Christophe, o vocalista do grupo, é um filho da casa, andou no nosso grupo de folclore e até já o ensaiou” conta a Presidente da associação.

Maria Marques festejou o seu aniversário nesse dia. Foi uma surpresa do grupo folclórico da associação. “Eles foram gigantes. Não dei conta de nada, eles andavam a treinar antes das férias e fizeram-me uma grande surpresa”.

No domingo 14 de outubro, à tarde, a festa continuou com quatro grupos de folclore. Primeiro subiu ao palco o grupo da casa, Amizade e Sorrisos de Clamart, seguindo-se Os Amigos de Rueil Malmaison, Tradições do Alto e Baixo Minho de Monthlery e Aldeias Perdidas de Portugal de Saint Chéron.

Daqui por dois meses, em meados de dezembro, a associação vai organizar, pela primeira vez, a Malhada do milho. “Primeiro dávamos o milho a um senhor, mas ele vai embora, muda-se daqui, pelo que decidimos fazermos nós a própria Malhada” completa Maria Marques ao LusoJornal.