LusoJornal | Mário Cantarinha

Associações foram dizer “Obrigado e Boa Viagem” aos emigrantes que passaram por Vilar Formoso

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Neste sábado, dia 27 de agosto, a Associação Internacional dos Lusodescendentes (AILD) e a Rádio Arc en Ciel (IOTA) de Orléans estiveram na fronteira de Vilar Formoso, para uma ação de despedida aos emigrantes que visitaram Portugal durante o mês de agosto. Juntaram-se a eles a GNR e o município de Almeida.

A AILD é uma associação de lusodescendentes criada em Portugal há cerca de 2 anos. “Nós temos tido várias ações, não só na área da cultura, mas também da ciência e da ação social. Estas são as principais áreas onde nos movemos” explica Jorge Vilela da AILD ao LusoJornal. “Em relação a esta ação em concreto, nós propusemos uma parceria à rádio Arc-en-Ciel de Orléans e a rádio recebeu de braços abertos esta proposta e estamos a trabalhar em conjunto nesta ação”.

“Na verdade, quando iniciámos esta ideia com a AILD, pensávamos que era uma ideia fora de moda, tínhamos algum medo da reação das pessoas. Depois fomos avançando e achamos que é uma ideia fantástica” confirmou a Presidente da rádio, Cristina Alves, ela própria presente em Vilar Formoso.

“Nós queremos sobretudo agradecer aos emigrantes o facto de terem vindo a Portugal passar férias. Durante os meses de férias, a emigração é muito importante – eu diria mesmo que é fundamental – para as economias do interior – sobretudo do interior – e por isso muito devemos aos emigrantes pelo facto de eles terem decidido vir passar férias cá” explica Jorge Vilela.

Também José Governo, da AILD explica que “este é um gesto simbólico, que tem um simbolismo muito grande, pelo facto de nesta altura em que os emigrantes estão de regresso aos países de acolhimento, deixam o país, a família, as suas raízes, é um momento triste este da partida” diz ao LusoJornal, em Vilar Formoso. “Da nossa parte há um sentimento de agradecimento por aquilo que eles proporcionaram neste mês de agosto, não só as dinâmicas sociais, económicas, tão importantes para a economia local, sobretudo nos territórios de baixa densidade”.

Também Cristina Alves lembra a importância do momento. “Quando nós saímos de Portugal, levamos sempre o coração um pouco apertado”. A Presidente da rádio Arc en Ciel estava em Vilar Formoso e explicava que “à vinda para cá, nós estamos cansados do trabalho, mas no regresso estamos cansados das férias. Queremos fazer tudo em pouco tempo e há tanto que descobrir, há tanto que fazer em Portugal durante as férias, que que nós por vezes vamos muito cansados”.

Emocionada estava também Nazaré Ribeiro, Vereadora da Câmara municipal de Almeida. “Esta é a primeira vez que nós estamos numa ação destas. Costumamos estar a recebê-los, nunca a despedir-nos, e eu estou muito emocionada, porque tenho visto muitas lágrimas nos olhos dos emigrantes que vão partir, que deixam a família, não sabem se voltam à terra e se voltam a ver a família” confessou ao LusoJornal.

A Câmara municipal de Almeida organizou neste fim de semana o maior evento do ano, com a reconstituição do cerco da cidade pelas tropas francesas, durante as Invasões Napoleónicas, mas Nazaré Ribeiro disse que não podia deixar de estar presente. “Vamos ficar despertos para voltarmos a colaborar nesta operação se nos voltarem a convocar. Saio daqui muito emocionada e até estou um pouco chocada”.

Jorge Vilela explica que há outras estruturas que acolhem os emigrantes quando chegam a Portugal. “Nós não temos nada contra aqueles que dão as boas-vindas aos emigrantes, mas achamos que é muito mais importante a despedida, porque a despedida custa, na despedida temos um sentimento de sofrimento. Era importante estarmos aqui como um abraço”.

A associação distribuiu águas, bolachas “para a adoçar a viagem” com a parceria de um dos parceiros, a empresa Saborosa. “Fizemos tudo isto sem qualquer apoio do Estado. Sabemos que há outras associações que recebem milhares de euros para fazer a mesma operação” explicou Jorge Vilela, lembrando que o projeto foi apresentado no ano passado aos concursos da DGACCP, mas não foi apoiado.

Também não estavam presentes políticos, governantes e comunicação social. Por isso, a operação quis-se mais genuína.

 

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