Augusto Santos Silva quis que Deputados ouvissem a Comunidade em Paris

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O Presidente da Assembleia da República esteve em Paris na semana passada acompanhado por uma delegação parlamentar portuguesa e quis que os Deputados ouvissem elementos da Comunidade portuguesa.

Num encontro organizado no Consulado Geral de Portugal em Paris, Augusto Santos Silva disse, que “a minha vida agora é bastante mais fácil porque o meu trabalho agora é dar a palavra e depois tentar interromper para concluir”.

A comitiva parlamentar era composta pelos Deputados Nathalie Oliveira, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, eleita pelo círculo eleitoral da Europa, Emília Cerqueira, do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata e Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França, Duarte Alves, do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, e Pedro Filipe Soares, líder do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França.

Depois das palavras de acolhimento do Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Carlos Oliveira, o Presidente da Assembleia da República frisou que “Portugal e a França têm relações diplomáticas e económicas excelentes. Nós temos um alinhamento quase sem falhas. Há aqui uma ou duas coisas com as quais nós não estamos de acordo, mas nas quais nós temos razão” disse com o humor que o caracteriza. “Mas na maior parte das questões, quase a 100%, quer nas questões europeias, quer nas questões internacionais, nós estamos de acordo, temos um relacionamento económico com a França que está a crescer e que é muito favorável para Portugal. A França é o segundo destino das nossas exportações e a terceira origem das nossas importações, é também um dos maiores investidores estrangeiros em Portugal, com investimentos muito fortes e tecnologicamente bastante avançados”.

Augusto Santos Silva, que tinha ao seu lado o Embaixador de Portugal em Paris, José Augusto Duarte, lembrou também o “relacionamento ‘povo a povo’, entre a Comunidade portuguesa e os lusodescendentes que aqui vivem e também os muitos franceses que cada vez mais vivem em Portugal. Isto é absolutamente essencial, tanto o trabalho das associações, dos lusoeleitos, da Câmara de comércio… é um trabalho essencial”.

Nesta viagem a Portugal, a Delegação portuguesa teve encontros com a Presidente da Assembleia Nacional de França, Yaël Braun-Pivet, com o Presidente do Senado, Gérard Larcher, com os membros do Grupo Parlamentar de Amizade França-Portugal cuja Presidente é a Deputada lusodescendente Christine Pires-Beaune e com a Maire de Paris, Anne Hidalgo.

“O relacionamento que se faz entre os Governos é muito importante, mas temos de consolidá-la também no Parlamento. Eu digo sempre – e pode parecer uma graça – que a vantagem que este relacionamento bilateral com os Deputados é que as pessoas não vêm só o relacionamento de hoje, mas vêm o de amanhã, porque aqueles que mandam hoje, amanhã podem não mandar e vice-versa”.

Antes de passar a palavra aos Deputados, o Presidente da Assembleia da República – segunda figura do Estado português – explicou a composição da Delegação. “Nós neste momento temos 8 Partidos na Assembleia da República e o que nós combinamos, logo no início, é que quando eu viesse numa deslocação oficial ao estrangeiro, era acompanhado por Deputados de 4 Partidos, rotativamente, e desta vez, por razões cronológicas, eu sou acompanhado pelo PS e PSD – como são ‘grandes’ Partidos acompanham-me sempre – pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda”.

Mas Augusto Santos Silva cumprimentou também o antigo Deputado Carlos Gonçalves, também presente na sala e lembrou o “trabalho e o empenho” com que desempenhou as suas funções na Assembleia da República.

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Deputados disponíveis para ouvir

Também a Deputada Emília Cerqueira começou a sua intervenção salientando “a responsabilidade” de assumir a Presidência do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França depois de Carlos Gonçalves.

A Deputada do PSD eleita por Viana do Castelo confirmou que veio a Paris “para ouvir os elementos da sociedade civil, luso-franceses, franceses da segunda geração” e acrescentou que “já percebemos que a língua portuguesa é um dos grandes fatores de preocupação”.

Pedro Filipe Soares confirmou que “nós temos dois círculos eleitorais que representam muito para o nosso país, que são os dois círculos eleitorais da emigração, para que se sintam representados nos órgãos de poder em Portugal”.

“Todos nós temos família que vive em Portugal e em França, há cada vez mais Franceses em Portugal” disse o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, sendo que o próprio Deputado tem uma irmã jornalista a residir em Paris. “A língua portuguesa é uma mais-valia nas relações familiares, mas é também um ativo cada vez mais importante no mundo e desse ponto de vista juntamos aqui o melhor dos dois mundos, a realidade das raízes que nos unem e a força de poder transportar a nossa influência para a América Latina, para a África, para a Ásia como pontos de ligação que nós podemos e devemos valorizar”.

Nathalie de Oliveira falou de “grande emoção” aos dirigir-se aos Portugueses presentes no Consulado português. “Já estive aqui em muitos eventos, nesta sala, sendo uma simples cidadã, e, como sabem, aconteceu algo extraordinário” evocando a sua eleição para o Parlamento português em representação do Partido Socialista.

“O centro das preocupações está no ensino da língua portuguesa, na questão da representação cívica e política, para não falarmos nos impostos e na fiscalidade” disse a Deputada franco-portuguesa. “Portugal não era Portugal sem o sacrifício de vida dos Portugueses da primeira geração que saíram do país, mas também daqueles da segunda e da terceira geração”.

Quando ao Deputado Comunista, começou por dizer que “é uma sorte podermos estar aqui hoje e eu considero uma sorte porque temos aqui uma grande Comunidade”. Duarte Alves disse que veio para ouvir as principais preocupações “que o nosso Grupo parlamentar pode levar à Assembleia da República e falar com o Governo, nomeadamente no que diz respeito ao ensino do português no estrangeiro e também aos serviços consulares. Há um conjunto de apoios que esta Comunidade tem de continuar a sentir-se apoiada por parte da República portuguesa”.

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