Cabo Verde vai mapear a sua diáspora até 2026 para produzir estatísticas oficiais

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de Cabo Verde vai realizar até 2026 o mapeamento da diáspora do país para produção de estatísticas oficiais, conforme resolução governamental que entrou ontem em vigor.

No documento a que a Lusa teve acesso, o Governo cabo-verdiano explicou que um dos objetivos constantes no Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II) é implementar e consolidar seis programas, um deles ligado à diáspora.

“Uma das metas previstas com a implementação do programa ‘Diáspora Cabo-verdiana – Uma Centralidade’ estabelece que até 2026 o país deve mapear, recensear, estudar e conhecer o perfil das Comunidades cabo-verdianas no exterior, em todos os países de acolhimento, com a finalidade de produzir estatísticas oficiais e promover a sua integração no Sistema Estatístico Nacional”, reforçou.

A coordenação e realização do mapeamento da diáspora cabo-verdiana será feita pelo Instituto Nacional de Estatística, enquanto órgão executivo central de produção e difusão das estatísticas oficiais no âmbito do Sistema Estatístico Nacional (SEM).

Segundo o Governo, a operação tem como objetivo principal “recolher dados para a produção de estatísticas oficiais, no âmbito do SEN, de modo a permitir conhecer o perfil sociodemográfico, económico e a distribuição geográfica da diáspora cabo-verdiana em todos os países de acolhimento, tendo em vista a sua integração no processo de desenvolvimento sustentável de Cabo Verde”.

O mapeamento será realizado em todos os países que acolhem a diáspora cabo-verdiana com vista a atualizar e facilitar um ajuste funcional adequado à operação de produção de estatísticas oficiais, prossegue-se na mesma resolução, que prevê a realização da operação até final de 2026.

A operação será feita através do desenvolvimento da diplomacia e cooperação técnica nos domínios de estatísticas com os países que acolhem cabo-verdianos, através de utilização das fontes administrativas existentes, tanto no país como nas Embaixadas e Consulados gerais de Cabo Verde espalhados pelo mundo.

Também será feita através de um processo de recolha direta numa Plataforma Web especificamente construída para o efeito e através de outros meios considerados tecnicamente uteis e relevantes para a implementação do processo de recolha de dados.

Para mapear a sua diáspora, o Governo de Cabo Verde espera mobilizar financiamentos juntos de parceiros de desenvolvimento, que serão colocados à disposição do INE.

“Os dados estatísticos individuais recolhidos no âmbito do mapeamento da Diáspora cabo-verdiana são transpostos para o suporte digital e guardados pelo INE, em condições de absoluta segurança, só podendo ser utilizados para fins estatísticos e históricos, com salvaguarda do disposto na lei”, lê-se na resolução governamental.

No processo, é referido que o INE, por razões metodológicas, pode estabelecer o número de países designados para o mapeamento, por forma a averiguar, regularizar, promover e facilitar o acesso dos 25 países representativos do universo de acolhimento da diáspora, na África, América, Europa e Resto do Mundo.

A resolução define ainda “Diáspora cabo-verdiana” como as Comunidades cabo-verdianas e seus descendentes que vivem fora do território nacional e que se encontram dispersas por várias regiões e países do mundo, que preservam, através de suas expressões cultural e identitária, o afeto, a língua, os costumes e a ideia permanente de ligação e do regresso a Cabo Verde.

Em maio do ano passado, o Ministro das Comunidades, Jorge Santos, estimou que vivem fora do país 1,5 milhões de cabo-verdianos e descendentes, muito maior do que os cerca de 500 mil residentes, mas sublinhou ser necessário conhecer melhor a diáspora, enquanto “parte constitutiva da nação”.

“Precisamos de saber onde estamos, quantos somos, o que fazemos e quais são as competências e saberes nas nossas comunidades”, afirmou o Ministro num debate no Parlamento.

De acordo com dados do mais recente relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), os emigrantes cabo-verdianos enviaram para o arquipélago um recorde de mais de 272 milhões euros de remessas em 2022, um aumento de quase 15% face a 2021.

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]