Cabo-verdianos de França enviaram 39 milhões de euros para Cabo Verde em 2019

As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o país natal atingiram, de janeiro a novembro de 2019, os 17.434 milhões de escudos (157,5 milhões de euros), aproximando-se de um novo registo máximo, segundo dados oficiais. Só os emigrantes cabo-verdianos em França enviaram 39 milhões de euros para Cabo Verde no ano passado. Este valor só foi ultrapassado pelos emigrantes em Portugal.

De acordo com um boletim estatístico do Banco de Cabo Verde, consultado pela Lusa, o país recebeu neste período 42,5 milhões de euros em remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos em Portugal, dos Estados Unidos enviaram 32,5 milhões de euros.

Em 2018, as remessas cabo-verdianas ultrapassaram os 173,3 milhões de escudos, uma subida de 6% face a 2017.

Cabo Verde conta com cerca de 500.000 habitantes no arquipélago e mais de um milhão na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.

No entanto, em entrevista à Lusa em 2019, o Primeiro-Ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que o tempo é de avançar, também, para as “remessas do conhecimento”.

Explicou que já foi criado um grupo de trabalho, entre o Governo e elementos da diáspora, para tentar reforçar a colaboração dos quadros cabo-verdianos no estrangeiro para com o país. “Para que médicos especialistas cabo-verdianos possam fazer intervenções aqui em Cabo Verde, possam interagir com os médicos cabo-verdianos”, disse, acrescentando que essa interação pode ser alargada a outras atividades, como o ensino superior. “É a transformação que queremos fazer. Não só as remessas em divisas, como as remessas em conhecimentos”, enfatizou.

Já este ano foi aprovado o novo estatuto do investidor-emigrante, prevendo incentivos e benefícios fiscais, para atrair o investimento da diáspora para os setores produtivos de Cabo Verde.

 

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