Candidato socialista diz-se incrédulo com a nomeação de Berta Nunes e considera que a eleição por correspondência correu mal

O Candidato do Partido Socialista às eleições Legislativas pelo círculo eleitoral da Europa, Ilídio Morgado, mostrou-se “incrédulo” pela nomeação de Berta Nunes para Secretária de Estado das Comunidades, diz que a eleição por correspondência “correu mal”, fala mesmo de “trapalhada” e assume que deve haver um “pedido de desculpas”.

Referindo-se a Berta Nunes diz que “também partilho da incredulidade de muitos compatriotas que manifestaram a sua surpresa” com a nomeação da ex-Presidente da Câmara municipal de Alfândega da Fé. “Obviamente que terá o benefício da dúvida e a nossa total colaboração, mas as Comunidades não podem esperar que a SEC necessite de um tempo de adaptação, os nossos problemas continuam e têm de ter respostas adequadas”.

Ilídio Morgado começou por explicar que “a minha participação cívica e política nas últimas eleições resultou de um percurso de vida e de militância em favor das Comunidades, trajeto do qual muito me orgulho. Nunca manifestei ambições políticas e assim continuo, o meu objetivo é o de dar voz às Comunidades portuguesas e alertar a quem de direito para as inquietações e anseios dos nossos compatriotas espalhados pela diáspora”. O candidato que era suplente com Sílvia Gonçalves Paradela, na lista de Paulo Pisco e Nathalie de Oliveira, acrescenta que “ao convite endereçado pelo PS respondi positivamente por acreditar que as políticas apresentadas iam de encontro às minhas convicções e por elas me bati na consciência que são as mais adequadas para que no futuro sejamos ainda mais fortes e muito melhores. Eu sou dos que acreditam piamente que somos dos melhores do mundo, não basta querer, há que fazer”.

O candidato que mora na Suíça felicitou o “empenho” dos candidatos socialistas com quem concorreu, deu os parabéns aos 4 Deputados eleitos pela emigração e destacou o facto do número de votantes da emigração, se ter multiplicado por 5. “Se lamentamos, ainda, a elevada abstenção, também acho que podemos sentir alguma satisfação pelo aumento da participação no ato eleitoral sinal de que muitos se interessam pela vida comum e pelos interesses de Portugal, dentro e fora de portas”.

“Tivemos ainda um dado que embora não fosse novo, causou muita confusão, refiro-me ao voto por correspondência. Correu mal. Julgo que não há muito a dizer. Desde compatriotas que não receberam o boletim até à saga de entender como dobrar o envelope verde, houve uma série de contratempos que nunca deveriam ter acontecido. O voto é um ato nobre do exercício democrático e não poderia ter sido tratado do modo que foi” escreve Ilídio Morgado. “Enquanto emigrante há 33 anos nunca pensei que em pleno século XXI Portugal não conseguiria garantir o exercício a todos os seus cidadãos, não existem razões que possam explicar cabalmente tanta falha. Seja por voto eletrónico, ou outra solução, nunca mais se poderá repetir tamanha trapalhada. Reconhecer os erros é uma demonstração de humildade e de respeito, alguém deveria assumir esse pedido de desculpas”.

Num texto longo enviado às redações, o Candidato socialista deixa uma lista de assuntos que considera prioritários para esta legislatura, desde o ensino da língua portuguesa no estrangeiro, que “continua a padecer de insuficiências crónicas, começando na Propina até ao funcionamento dos cursos”. Diz também que há serviços consulares “sem a dignidade própria de representação de um país” com “material obsoleto ou desatualizado que emperra muitos dos pedidos e impede o bom funcionamento dos serviços, não obstante o profissionalismo e boa vontade dos funcionários”.

Ilídio Morgado pede também uma reflexão sobre a representatividade dos Emigrantes na Assembleia da República, considerando tratar-se de “uma luta que devemos encetar o quanto antes. Não basta dizer que não há Portugueses de 1ª e de 2ª, a nossa expressão parlamentar é ridiculamente inferior a todos os círculos eleitorais em Portugal. Defendo uma reforma institucional que promova a representação da diáspora a um patamar condigno com a sua importância”.

“Para podermos reivindicar estas e outras posições, é necessário que as Comunidades se organizem e que aumentem a sua participação cívica”.

 

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