LusoJornal | Carlos Pereira

Cátedra Paul Teyssier na Sorbonne foi assinada ontem na Embaixada de Portugal em Paris

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O Presidente do Instituto Camões, João Ribeiro de Almeida, e o Reitor da Faculdade de Letras da Sorbonne, Alain Tallon, assinaram ontem à tarde, na Embaixada de Portugal em Paris, um Protocolo de Cooperação que estabelece a criação da Cátedra Paul Teyssier naquela universidade francesa.

As honras da casa foram feitas pelo Embaixador Jorge Torres Pereira que enunciou o plano que tem vindo a desenvolver na área do ensino da língua portuguesa em França: “a Batalha pelo LV2”, para conseguir pôr a língua portuguesa no mesmo patamar que o inglês, o espanhol, o alemão e o italiano; as comemorações dos 100 anos do ensino de português na Sorbonne; o acompanhamento do trabalho das Comissões bilaterais em matéria de ensino e a “Campanha das Cátedras” como ele próprio lhe chamou.

Na sala estava também a Coordenadora de ensino de português em França, Adelaide Cristóvão, a nova Conselheira cultural, Isabel Corte-Real, os professores de português Ana Paixão e José Manuel Esteves.

“É para mim uma grande satisfação de assinar este Protocolo com a Sorbonne que é uma referência para todos os Portugueses, mas também é um templo do saber, da comunicação, do conhecimento, da partilha e da inovação” disse na sua intervenção o Presidente do Instituto Camões.

Para João Ribeiro de Almeida, “as Cátedras constituem polos aglutinadores de investigadores que, partilhando interesses comuns mas sem serem necessariamente das mesmas áreas de estudo, formam equipas multidisciplinares e interuniversitárias”. E explica que a nova Cátedra Paul Teyssier tem por objetivo “a criação de redes colaborativas, estabelecendo diálogos entre as instituições de ensino superior, num país, ou entre países”.

O “Doyen” Alain Tallon agradece o apoio que o Instituto Camões dá aos estudos lusófonos. “A convenção prevê muitas coisas, muito interessantes, e prevê também – e eu acho que é uma excelente ideia – uma verdadeira rede dos estudos lusófonos em França. A sua iniciativa é excelente, até porque as universidades francesas têm tendência a fechar-se sobre si próprias”.

João Ribeiro de Almeida voltou a assumir “o compromisso do Instituto Camões em apoiar a investigação na área da língua e da cultura portuguesa” e prometeu apoiar financeiramente o plano de atividades que a Cátedra se propõe realizar. “Fiquei muito impressionado com o plano de atividades, nomeadamente um conjunto de iniciativas de natureza científica e cultural” disse na sua intervenção dando como exemplo os trabalhos sobre os circuitos culturais, as expressões textuais e visuais – “a ligação com as artes plásticas e com o cinema, por exemplo, parece-me muito importante” – os estudos históricos e pós-coloniais – “que eu penso serem incontornáveis numa cátedra na Sorbonne” – estudos do género, etc. “O plano de iniciativas está perfeitamente abençoado, se assim se pode dizer, pelo Instituto Camões”.

Para finalizar, João Ribeiro de Almeida deixou o desafio ao responsável pela Cátedra e aos seus investigadores, “para que possam desenvolver as suas atividades em articulação com as estruturas do Camões que se encontram no raio de ação da Cátedra, bem como com a Coordenação do ensino em França”.

O Diretor do Departamento de Estudos Ibéricos e Latino-Americanos da Sorbonne Université, Michel Riaudel, passa a ser o responsável pela Cátedra Paul Teyssier e coube-lhe evocar a obra do antigo linguista, lusitanista e tradutor francês. “Ele é o autor de uma gramática que ainda hoje é utilizada” explicou.

Paul Teyssier nasceu durante a I Guerra mundial, a 12 de dezembro de 1915, em Argentan (61). Estudou na Escola normal superior, mas durante a II Guerra mundial foi mobilizado e foi preso pelas forças alemãs em 1940, no entanto conseguiu fugir.

Começou por ser professor em Tulle, mas de 1941 a 1944 foi professor no Instituto francês de Lisboa e de 1944 a 1947 foi Diretor do Instituto francês do Porto.

Regressado a França, ainda trabalhou no Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas foi nomeado professor de português em Toulouse durante cerca de 10 anos. Foi depois Conselheiro cultural na Tunísia, Diretor do Instituto francês de Nápoles, Conselheiro cultural em Roma, Reitor da Universidade de Dakar, no Senegal e em 1971 é nomeado professor de português na Sorbonne.

Paul Teyssier morreu em Meudon (92) em janeiro de 2002, com 86 anos e está sepultado em Condat-sur-Ganaveix, perto de Tulle.

Esta é a 56ª Cátedra do Camões I.P. no mundo e reforça a colaboração entre as duas instituições, que remonta a 1930, quando foi colocado o primeiro Leitor de Português na Sorbonne, Leite Pinto. “Desde então, a relação entre Portugal e a Sorbonne não tem cessado de se estreitar” concluiu João Ribeiro de Almeida.

 

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