CGD França: Carlos Gonçalves diz que «afinal tinha razão»

O Deputado social-democrata eleito pelo círculo eleitoral da Europa, Carlos Gonçalves, veio hoje a público dizer que a situação da Sucursal de França da CGD «é difícil» e que o Primeiro-Ministro veio agora dizer «que não é intenção alienar a Sucursal Francesa da CGD apesar de no ano anterior ter acordado com a Comissão Europeia precisamente o contrário».

«Em maio de 2017 manifestei a minha preocupação pelo facto de ter sido acordada com a Comissão Europeia a redução da operação da CGD fora de Portugal (nomeadamente Espanha, França, África do Sul) como contrapartida da recapitalização do banco público» escreve o Deputado nas redes sociais. «Na altura, alguns contestaram as minhas declarações e no caso da Sucursal da CGD de França referiram mesmo que eu estava a faltar à verdade e era apenas mais um ato de demagogia».

«Infelizmente para a CGD de França, para os seus clientes, para os seus trabalhadores e para a Comunidade portuguesa residente naquele país as minhas declarações não foram nem demagógicas nem faltaram à verdade» escreve Carlos Gonçalves. «Afinal tinha razão».

O Deputado do PSD ainda não se tinha pronunciado publicamente sobre o movimento de greve na Sucursal de França do banco público português, apesar de já ter ido ao encontro dos grevistas, nomeadamente aquando da manifestação em junto à Embaixada de Portugal em Paris, durante a receção ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

«Atualmente a CGD de França vive um momento difícil em virtude do movimento de greve que os trabalhadores encetaram há várias semanas e depois do Governo, apesar de estarmos a falar de um banco público, ter ignorado completamente esta questão, o Primeiro-Ministro em resposta a uma pergunta que lhe fizeram acabou por avançar que não é intenção alienar a Sucursal Francesa da CGD apesar de no ano anterior ter acordado com a Comissão Europeia precisamente o contrário».

Carlos Gonçalves lembrou que a CGD está a encerrar, em Portugal, cerca de 70 balcões o que «é visto como uma decisão muito grave sobretudo para os territórios de baixa densidade». E acrescenta que «no caso de França estamos a falar de 48 balcões o que me parece ser suficientemente importante para que este assunto seja visto como uma prioridade dado que estamos a falar de um país repartido pelo mundo. Acresce, que o papel das nossas Comunidades, tanto no envio de remessas como no investimento, são fundamentais para Portugal».

O Deputado eleito pelo círculo eleitoral da Europa conclui dizendo que «ter razão um ano depois não interessa. O que interessa é manter o banco público junto da nossa Comunidade residente em França mesmo se tal já não é possível para as nossas gentes residentes na África do Sul».