LusoJornal / Mário Cantarinha

Clamart: Maria Marques acredita que “o movimento associativo vai ficar com cicatrizes desta pandemia”

A associação Amicale franco-portugaise de Clamart e o seu rancho folclórico Amizade e Sorrisos têm uma presença muito ativa na cidade. Mas a pandemia de Covid-19 veio travar todas as atividades, até uma viagem a Penamacor, localidade geminada com Clamart.

Por enquanto a associação consegue controlar a situação, mas a Presidente da Direção, Maria Marques, continua prudente e diz que já tem saudades dos sócios e do público.

 

Qual o impacto do confinamento para a associação?

O confinamento teve um grande impacto para a nossa associação. A festa do dia 20 foi anulada, o Festival de verão e a nossa viagem a Penamacor, a vila geminada com Clamart, uma festa com outras associações que tem um grande impacto na cidade, as festas da cidade onde servimos a maior quantidade de refeições no Parque do Centro Maison Blanche e muitas outras… foi tudo anulado.

 

Este confinamento trouxe problemas financeiros para a associação?

Os prejuízos são imensos. Para além do que não se ganhou, temos os nossos gastos fixos, o local para guardar o nosso material, o seguro das pessoas e dos locais das festas, o seguro da carrinha da associação e a cota anual ao Club Alfa… Estamos a falar de mais de 5.000 euros por ano que há que pagar e o que se perdeu, perdeu-se…

 

A associação solicitou apoios?

Por enquanto, nós ainda não tivemos manifestações de ajuda de lado nenhum, nem de França, nem de Portugal.

 

Quando espera que a associação volte às atividades?

Esperamos poder recomeçar no mês de setembro os ensaios do rancho e no mês de outubro esperamos fazer a nossa famosa Desfolhada.

 

Acha que o público vai continuar a frequentar as associações?

Só esperamos que os nossos sócios e público tenha tantas saudades de nos ver como nós temos deles. Já que não vamos poder “abraçar”, esperamos que continuem a vir assistir e encher a sala.

 

Na sua opinião, as associações que servem refeições vão poder continuar a fazê-lo?

Em Clamart não há festas sem comes-e-bebes e isso é que vai colocar problemas, pois penso que a vida não vai ser como era antes. Mas a nossa sala é grande, e penso que vamos poder respeitar as regras sanitárias que nos forem impostas nessa altura.

 

Depois da pandemia, o que pode mudar no movimento associativo português?

Claro que o movimento associativo vai ficar com cicatrizes desta pandemia e que algumas associações vão sofrer. Algumas associações (eu já conheço) tiveram que fechar portas, pois os gastos são certos, os locais para dar as aulas e os professores de música, são caros, para certos desportos há que continuar a pagar e como me disse uma amiga, não vou fazer um empréstimo pessoal para poder salvar as aulas de música! Na nossa associação e no rancho folclórico, vamos ter que nos adaptar para tentar continuar a fazer o que tanto amamos, porém estamos bem conscientes que não vai ser fácil, nem para os elementos do grupo, nem para os dirigentes da associação, mas vamos fazer tudo para conseguir ficar de pé.

 

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