LusoJornal | Mário Cantarinha

Colecionador Pereira de Sampaio emocionado com a mostra de Chitas de Alcobaça em Jouy-en-Jossas

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A coleção de tecidos de Chita de Alcobaça, de Jorge Pereira de Sampaio, está atualmente exposta no Musée de la Toile de Jouy, em Jouy-en-Josas (78), no quadro da Temporada França Portugal 2022 e o colecionador mostrou-se emocionado pelo acolhimento que teve em França. “Esta coleção foi feita ao longo de cerca de 50 ou 60 anos, pela minha mãe, Maria do Céu Pereira de Sampaio e eu, obviamente, como herdeiro único, fiquei muito honrado com o acolhimento que a exposição teve aqui” disse ao LusoJornal. “A minha mãe partiu há muito pouco tempo e ainda foi tudo negociado com ela. Foi um gosto muito grande, sobretudo ter entrado aqui e ter visto o nome dela”.

Para o colecionador português, há uma “ligação fortíssima” entre as Toiles de Jouy e as Chitas de Alcobaça. “A Chita é um tecido impresso português, do final do século 18 e com origem Indiana. As Toiles de Jouy também surgem na mesma época, igualmente com origem indiana, sendo um, um tecido francês, e o outro, um tecido português, portanto é um encontro de tecidos estampados. Há um encontro entre dois tecidos estampados, que nunca tinha acontecido até agora, em parte nenhuma – pelo menos não há notícia disso. Este é importante para os dois países, a nível de um tecido. É um tecido ao mesmo tempo popular, mas também erudito. Tanto era usado por classes mais altas, logo no final do século 18, como pelas pessoas mais simples. Diziam até que havia Chita boa e Chita má, os nossos escritores portugueses falam bastante em Chita aplicado a uma série de realidades, inclusivamente vestuário”.

Também Luís Peres Pereira, o Presidente da Associação de Defesa do Património de Alcobaça (ADEPA) congratulou-se com a exposição inaugurada na quinta-feira passada. A associação é uma das mais antigas do país, fundada em 1977. “É um grande prazer, em vésperas da associação fazer 45 anos, ter a oportunidade de estar aqui, no Museu de Jouy, para inaugurar esta exposição em conjunto com toda esta equipa magnífica francesa que nos acolheu carinhosamente” disse ao LusoJornal. “É um pedaço da minha terra, de Alcobaça, que está aqui em França, digamos no berço de cultura, um dos maiores lugares da cultura europeia”.

Também Luís Peres Pereira considera “importante” o cruzamento entre o têxtil de Alcobaça e o têxtil francês. “Nestes tempos complexos, adversos, depois de uma pandemia e de uma guerra, ver aqui a união de dois têxteis que carinhosamente estão em diálogo, é importante” e espera que surjam novas parcerias e “novas relações bilaterais entre os 2 países, as 2 associações, os 2 municípios e acima de tudo, o que é mais importante para mim, é a promoção que vamos conseguir fazer sobre Alcobaça durante estes próximos meses, até janeiro. É importante promover Alcobaça além do seu território, e obviamente que promovê-la em França, é maravilhoso”.

Interrogada pelo LusoJornal, a Maire de Jouy-en-Josas, Marie-Hélène Aubert, mostrou interesse numa “aproximação mais formal” com Alcobaça, com vista, talvez, a uma geminação entre as duas localidades. “Do ponto de vista da ADEPA seríamos obviamente um dos primeiros parceiros a estar disponíveis nesse sentido” afirma Luís Peres Pereira.

Depois de ter trabalhado na montagem da exposição, confessa ao LusoJornal que a simples possibilidade de uma geminação entre as duas localidades já é uma “excelente” recompensa. “Estas coisas envolvem muito trabalho e eu confesso que ainda não tive oportunidade de relaxar. Mas só a perspetiva de ela ponderar a hipótese de haver uma geminação com Alcobaça, já é uma vitória”.

“Digamos que valeu as noites sem dormir, ou dormir pessimamente mal, os gastos pessoais, as chatices, tudo o que envolve realmente trabalhar na montagem de uma exposição desta dimensão”.

A exposição está patente ao público até 15 de janeiro de 2023.

 

Château de l’Eglantine

54 rue Charles de Gaulle

78350 Jouy-en-Josas

 

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