Covid-19: Comunidade portuguesa em França está “tranquila” e “solidária”

Os Conselheiros das Comunidades dizem que, de uma maneira geral, a Comunidade portuguesa em França mantém-se “tranquila” e “solidária”, embora haja “real receio”.

“Há um real receio. Os seniores estão a ficar em casa, no que diz respeito às associações, muitas delas permitem chegar a pessoas mais isoladas […]. Também temos alguns Portugueses que estão a acolher uma ou duas crianças cujos pais estão a trabalhar nos hospitais, a Comunidade está solidária”, afirmou Paulo Marques, Conselheiro das Comunidades recém-reeleito na Mairie de Aulnay-sous-Bois e Presidente da Civica, associação de eleitos de origem portuguesa em França.

Os restaurantes portugueses, assim como as associações portuguesas em Aulnay-sous-Bois, cidade nos arredores do Paris, fecharam na sexta-feira e não voltaram a abrir portas. O mesmo não acontecia no sul do país, no fim de semana, segundo Manuel Cardia Lima (na foto), Conselheiro da Comunidade portuguesa, instalado em Lyon.

“A comunidade está tranquila. Ainda no domingo algumas associações estavam abertas e já não podiam estar. Ligaram-me a perguntar se podiam abrir e eu disse que não”, indicou o Conselheiro.

Ao contrário da região parisiense, onde algumas zonas já foram identificadas como foco de propagação do vírus, Lyon tem vários casos, mas não é uma das regiões mais afetadas. No entanto, Manuel Cardia Lima reconheceu ter algum medo no seu caso pessoal. “Fui votar, mas com muito medo. Mas depois disso não saí mais, tenho precauções. Estou atento naquilo que faço”, indicou o Conselheiro.

Mesmo com a preocupação do Covid-19, tal como Cardia Lima, os Portugueses foram votar na primeira volta das eleições municipais e em cidades como Aulnay-sous-Bois, onde a abstenção foi de 67%, fizeram a diferença. “Na minha mesa de voto, onde tinha cerca de 20 Portugueses inscritos, só dois é que não vieram votar”, relatou Paulo Marques.

Luísa Semedo, também Conselheira da Comunidade portuguesa, que vive na região de Paris, alerta para outra realidade nas redes sociais que é a partilha de “fake news” (notícias falsas). “Recebo muitas ‘fake news’. E mesmo quando alguém diz que é mentira depois há logo muita gente a contradizer que continuam a partilhar”, relatou a Conselheira.

O encerramento dos Consulados portugueses em França “foi uma boa medida” para Luísa Semedo, especialmente porque vai continuar a haver atendimento a pedidos urgentes.

E Manuel Cardia Lima partilha este entendimento. “Eu ainda na semana passada fui ao Consulado [ndr: de Lyon], evidente que já havia precauções e o segurança obrigava as pessoas a lavar as mãos. Mas é verdade que havia muita gente na sala e pessoas de uma certa idade. Foi uma boa medida”, concluiu.

 

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