“Education et précarité. Les accompagnant(e)s scolaires des élèves handicapés”, de Edison Ferreira de Macedo – A importância de uma profissão maltratada

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Depois de publicar “Du Brésil Colonial à nos jours – une histoire d’enfances volées” (Éditions L’Harmattan), Edison Ferreira de Macedo regressa com “Education et précarité, les accompagnant(e)s scolaires des élèves handicapés” (Éditions L’Harmattan), uma homenagem aos auxiliares educativos brasileiros e franceses que se dedicam aos alunos com deficiência.

Doutorado em História por Paris VII, pós-doutorado em Sociologia da Educação e Ciências da Informação e especialista em História da Infância e da Educação, o autor, membro do laboratório DYSOLAB (Universidade de Rouen) e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), cruza, neste novo estudo, as experiências dos profissionais dos dois lados do Atlântico.

Se em “Du Brésil Colonial à nos jours – une histoire d’enfances volées”, um livro de análise factual, Ferreira Macedo (que teve ele próprio uma infância difícil na cidade industrial de Rio Tinto, no Estado de Paraíba, vivendo longe dos pais, operários fabris, e que começou, em 1997, apenas saído da faculdade, a trabalhar com meninos de rua na cidade de João Pessoa) põe a nu a grande contradição brasileira – como é que um dos maiores e mais ricos países do mundo não consegue dar uma existência digna às suas crianças? – em “Education et précarité, les accompagnant(e)s scolaires des élèves handicapés”, ele executa um trabalho de historiador, remontando às origens do problema da escolarização dos alunos com deficiência nos dois países, examinando as condições das práticas de apoio no ensino público e explicando como o Estado empregador constrói socialmente um grupo profissional marcado pela precariedade e pela pobreza.

Na primeira parte, Edison Ferreira de Macedo dedica-se ao processo histórico das condições de trabalho precárias destes profissionais em França, nomeadamente antes da “Lei Borloo” que, em 2005, criou o posto de “Assistant de Vie Scolaire” (AVS).

Na segunda parte, o autor acompanha os profissionais pernambucanos que exercem na cidade de Recife, seguindo-os nas suas atividades tanto no setor público como no privado, refletindo-se esse facto no respetivo nível de precariedade. O autor coloca face a face as escolas frequentadas pelos alunos cujos pais possuem capacidade financeira de pagar pelo ensino e as escolas frequentadas por aqueles que não a possuem. De salientar, porém, que o carater federal do Brasil permite divergências territoriais que estão reguladas em França.

Um ensino que mudou de estratégia em ambos os países e onde, hoje, em vez de se separar os alunos portadores de deficiência dos outros alunos, opta-se pela total integração no seio da sociedade escolar

Um livro que dá palco, nos dois lados do Atlântico, “às lutas destes prestadores de cuidados pelo reconhecimento da sua profissão, quebrando um silêncio ensurdecedor no mundo da educação e da legislação laboral escolar”. Numa altura em que as nossas sociedades estão a aprender a reconhecer o papel das profissões de “primeira linha” e a aspirar a “escolas inclusivas”, este livro denuncia a urgência da situação.

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