Embaixada de França apresentou temporada “MaisFrança” com projetos culturais franceses na programação nacional portuguesa

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Vários projetos artísticos franceses vão marcar presença em festivais e eventos nacionais, até novembro, no âmbito de uma iniciativa denominada “MaisFrança”, que quer prolongar os laços de cooperação entre os dois países, iniciado com a temporada cruzada, em 2022.

Esta programação cultural foi ontem apresentada na Embaixada de França, em Lisboa, uma das promotoras da iniciativa, juntamente com o Institut Français du Portugal, em “co-construção com operadores portugueses prescritores, que estiveram sempre abertos à criação francesa”, como é o caso da Fundação Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian, Festival de Almada, bienal BoCA, Porto Design Biennale ou Doclisboa.

“MaisFrança” é um programa de renovação de formas artísticas e de públicos e de apoio à criação de laços entre profissionais, que pretende promover valores, através de práticas artísticas e discursos sobre a sociedade contemporânea, e estruturar a cooperação França-Portugal no domínio das artes visuais, afirmou Giusi Tinella, adida da cooperação cultural e audiovisual.

Esta temporada verão/outono arrancou no dia 24 de maio, simultaneamente à abertura da ARCOLisboa, com duas exposições das artistas Sarah Benslimane e Pauline Guerrier: a primeira explora o excesso de informação, através de pinturas esculturais, na Galeria Madragoa, e a segunda reflete sobre as emoções e a sua relação com o património, com recurso ao bordado, marchetaria em palha, tapeçaria e vidro soprado.

O mês de junho vai prosseguir com a exposição de Jean-Charles de Quilacq, que parte de uma fragrância reproduzida mecanicamente, no âmbito do programa Suíte do Centre National des Arts Plastiques (CNAP), na Ampersand, e uma exposição de Sara Sadik, que se inspira na cultura juvenil dos bairros populares da diáspora norte-africana, na Kunsthalle Lissabon, ambos em Lisboa.

Ainda este mês, está prevista a inauguração de uma exposição de obras do escultor Alexander Calder – esculturas em arame, móbiles e três esculturas monumentais -, que vai estar patente na Villa Serralves, no Porto.

Os meses de julho e agosto assinalam a “época dos festivais”, em que a programação francesa estará presente em cinco “momentos altos”: o festival Curtas Vila do Conde, o festival de Almada, o espetáculo de Ryoji Ikeda na Fundação Calouste Gulbenkian e na Fundação de Serralves, a jovem bienal Dobradiça e o festival de arte vídeo Fuso.

No âmbito do festival de Almada, apresentam-se três companhias francesas, a primeira das quais, no Teatro Benite, com o espetáculo “Minuit”, do dançarino Yoann Bourgeois, um projeto concebido por um artista de circo para um teatro.

Na Escola António Costa, atuará a Galactik Ensemble, com “Optraken”, um espetáculo circense de acrobacia, bem como a Companhia Nomade in France, com a peça “Ulysse de Taorirt”, apresentada como uma ficção documental sobre o pai do realizador Abdelwaheb Sefsaf.

Na bienal Dobradiça – Encontros Contemporâneos, está prevista a presença da artista multimédia Josefa Ntjam, do paisagista Gilles Clément e da videoartista Florence Lazar.

O festival de cinema Curtas Vila do Conde incluirá três filmes franceses na competição internacional: “Phalène”, de Sarah Anaïs Desbenoit, “Le jour où j’étais perdu”, de Lorenzo Bianchi e Soufiane Adel, e “L’effort des hommes”, de Jean-Gabriel Périot.

A atuação “100 Cymbals de Ryoji Ikeda com Les Percussions de Strasbourg” terá dois momentos, um primeiro na Gulbenkian e outro na Fundação Serralves.

Trata-se de um espetáculo montado pelo compositor eletrónico e artista visual, que orquestra som, imagem e materiais em performances e instalações imersivas, que neste caso criou uma experiência auditiva, que é também um espetáculo de palco e uma instalação audiovisual, ficando a performance dos cem pratos a cargo do grupo Les Percussions de Strasbourg.

Organizado no âmbito do festival Fuso, terá lugar a noite “Let’s Dance!”, com curadoria de Pascale Cassagnau, que apresentará uma seleção de doze obras curtas no cruzamento da música, do cinema e da dança.

Em setembro e outubro, a programação vai estar voltada para a oitava edição do MIL, festival de música atual, com nove artistas franceses de vários estilos, do rock à música eletro, passando pelo funk e pelo rap; para a 24.ª Festa do Cinema Francês, que apresentará na Cinemateca uma retrospetiva da obra de Nicola s Philibert; e para uma edição de Doclisboa com uma forte programação francesa.

“MaisFrança” é também parceira da Trienal de Arquitetura de Lisboa e da Porto Design Biennale, onde serão expostos os projetos de jovens designers franceses que inventam novas formas de lidar com os seus vários ambientes e questionam práticas e hábitos.

O festival QueerLisboa e a BoCA Bienal oferecerão a oportunidade de abordar questões de género e de identidade sexual, através da literatura, do cinema e do teatro, enquanto a Noite das Ideias e vai espalhar por três eventos em torno do tema “Mais”, em três cidades portuguesas: Lisboa, Porto e Aljezur.

O curador da Noite das Ideias é António Guerreiro, editor da revista Electra, que pegou no tema que lhe foi dado e explorou-o no seu significado de “o que vai para além dos seus próprios fins”, porque “‘mais’ não é apenas adição, é também excesso e exacerbação”, explicou o próprio, na apresentação do programa.

O responsável disse, então, que foi “procurar manifestações hipertélicas [que ultrapassam os próprios fins] e encontrou quatro” conceitos que iluminam o mundo contemporâneo: informação, velocidade e aceleração, cidade e género”.

Em Lisboa, o tema central será o género e o significado do ‘+’ na sigla LGBTQIAP+, e no Porto falar-se-á sobre as transformações da cidade moderna.

A exploração das questões contemporâneas através das artes continua no Alkantara Festival, em novembro, com três coreógrafos.

No âmbito do Ano do Documentário, França estará representada no festival Porto/Post/Doc, pondo o foco no cineasta Eric Baudelaire, incluindo parte dos seus filmes e uma masterclass.

“MaisFrança” estará também presente em Braga, cidade criativa da Unesco para as artes digitais, no festival de música eletrónica e arte digital SemiBreve.

A Temporada Cruzada Portugal-França, a que esta iniciativa quer dar continuidade reforçando os laços estabelecidos, decorreu entre fevereiro e outubro de 2022, com mais de 400 eventos organizados conjuntamente pelos dois países.

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