LusoJornal / Lia Gomes

Felizardo Soares e Conceição Guadalupe no Théâtre des 2 Anes

Felizardo Soares e Conceição Guadalupe subiram ao palco do Théâtre des 2 Anes, em Paris, na Porte de Clichy, no domingo passado, dia 15 de abril, pelas 15h00.

Esta foi a primeira vez que os dois artistas subiram ao palco deste teatro da capital.

Felizardo Soares já cantou no Alhambra, no Café de la Danse, no Réservoire,… «Faço questão, uma vez por ano, de fazer uma sala em Paris. Recentemente estive em La Rochelle, em Niort, em Limoges, até na Costa Brava para um festival, e daqui vou para Chartres, no próximo sábado. A minha vida é assim, uma vida de boémio» diz o artista ao LusoJornal. «Quando cantamos, temos de ter paixão. Sem paixão não se trabalha bem. Mas isso acontece em todas as profissões, não é?».

Felizardo Soares começou a cantar em pequenino «quando tinha apenas 6 anos de idade e fiz o Conservatoire de Mireille», mas explica que, depois, «por razões familiares parei». Só em 2014 decidiu retomar a atividade artística. «Sou velho na idade, mas novinho na música» diz a sorrir, antes de acrescentar que «C’est dans les vieux pots, qu’on fait la meilleure soupe».

Felizardo Soares canta em português temas baseados em ritmos de salsa e country. «Compuz algumas músicas e tenho um autor-compositor que fez o resto» confessa ao LusoJornal. «Estou muito feliz pelo que tenho feito desde 2014. Sei que não tenho 25 anos de carreira, mas sinto que estou a avançar».

No Théâtre des 2 Anes cantou essencialmente temas do seu primeiro álbum, mas também interpretou quatro temas do próximo disco que deve sair no verão.

«Já podia ter lançado o segundo álbum, mas desta vez decidi temperar um pouco, fazer as coisas como deve ser» diz ao LusoJornal, antes de interpretar «Enfeitiçado por ti» e «Nada mais». «É tudo muito romântico…» diz a sorrir.

O público respondeu presente. «Tenho um público que me tem seguido. Há pessoas que se deslocam de 900 km, é um amor por mim e para mim é um orgulho saber que há pessoas que me seguem, que estão prontas a vir de longe para me ouvir cantar, que gostam das minhas músicas. Um artista para ser completo tem de ter estas coisas todas. Orgulho-me muito disto. Nós artistas ficamos contentes de saber que o público gosta de nós» diz ao LusoJornal o artista que em novembro deve participar num programa do canal de televisão TF1.

 

Conceição Guadalupe cantou Piaf

Conceição Guadalupe já tinha ido ao Théâtre des 2 Anes para ver outros artistas, mas foi a primeira vez que subiu ao palco deste estabelecimento. «Em geral nunca estou nervosa para nenhum espetáculo, estou sempre calma, mas há sempre aquele receio ao entrar, e ao encarar o público».

A Fadista também é conhecida por cantar Variedades e neste caso fez um espetáculo bastante hererogénio. Começou com um fado feito especialmente para ela, «Sonhos de tanta gente», sobre alguém que gostava de morar num sítio deserto, num lugar calmo, que podia ser os Açores, onde nasceu Conceição Guadalupe. E cantou também o Fado «Maria Madalena».

Já em variedades cantou «Por um beijinho teu» e depois enveredou por dois temas de Edith Piaf, «porque adoro cantar Edith Piaf» confessou ao LusoJornal: «Padam» e «Non, je ne regrette rien». Finalmente ainda cantou o tema «Saudade», de Cesária Évora.

A cantora diz ter uma agenda cheia praticamente até ao fim do ano. «Não me posso queixar da agenda, entre o Fado e as Variedades, não me queixo. Canto em restaurantes, associações, até em festas particulares».

Conceição Guadalupe vai cantar nos Açores no dia 27 de maio, porque aí se desloca para o aniversário da mãe, e aproveita para cantar na Pousada de Angra do Heroísmo. Em junho volta a cantar nas ilhas de Santa Maria e da Graciosa, nas Grandes Festas, assim como na “Taberna do Fado” na ilha Terceira. «E em setembro voltamos cá» diz a sorrir.

 

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