Festival do Emigrante em Herblay foi um “franco sucesso popular”

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A primeira edição do Festival do Emigrante foi organizada no Stade des Beauregards, em Herblay-sur-Seine (95) nos dias 10 e 11 de junho, com milhares de pessoas e com uma impressionante lista de artistas, entre os quais se destacam Soraia Ramos, José Malhoa, Augusto Canário, Os Minhotos Marotos, Saúl, Johnny Abreu, Mike da Gaita, Manuel Campos, Toka e Dança, Supa Squad, Yasmine e Prince Tuga. Mas também houve folclore e expositores que aproveitaram o evento para promoverem os seus produtos.

“Esta ideia surgiu durante o Covid. A principal organizadora deste Festival do Emigrante, Stéphanie de Sousa, gosta muito de festas e o facto de ficar em casa tanto tempo, para ela foi um choque. Na brincadeira, começou a falar à volta dela que, quando tudo acabasse, ela queria fazer uma grande festa, um grande festival” explicou ao LusoJornal Sónia Marisa Ribeiro, da organização. Cláudia, a cantora dos Minhotos Marotos e Mike da Gaita, foram os primeiros a aderia ao projeto. “Quando ela viu a dimensão disto, ela nunca pensou que conseguisse mobilizar tanta gente. Ontem [ndr: sábado] batemos o record de entradas neste estádio com 32.600 pessoas” confirmou Sónia Marisa Ribeiro.

“Nunca foi organizado um evento desta dimensão aqui em Herblay-sur-Seine” confirmou ao LusoJornal o Maire da cidade, Philippe Rouleau. “Manuel Lopes, o dono do Merveilles du Portugal, alguém que eu conheço há muito tempo, pediu-me para lhe ceder este espaço e aceitei”.

Philippe Rouleau também conhece bem Portugal porque está casado com uma portuguesa. Mas confessa ao LusoJornal que ficou preocupado quando viu chegar tanta gente à festa. “É sempre um momento de preocupação para um Maire, porque temos a responsabilidade da segurança e quando se vê algumas dezenas de milhares de pessoas chegarem, claro que estava contente, mas também estava estressado com todas as equipas municipais”.

No entanto, o Maire da cidade acrescentou que “tudo correu bem. É um prazer ver este estado de espírito português, este ambiente muito familiar. Tudo se passou bem e tenho tido bem mais problemas com eventos bem mais pequenos, do que com este. É magnífico”.

Carlos Gonçalves, antigo Deputado e antigo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas também considerou que este foi um “claro sucesso popular” e um “grande momento de confraternização”. E confirma também que “os eventos organizados pela nossa Comunidade decorrem com grande normalidade, podendo sempre haver aqui e ali algum problema, claro. São eventos com muita gente, difíceis de organizar, a segurança é sempre importante, mas é verdade que as forças de segurança reconhecem que, na organização deste tipo de eventos, a Comunidade portuguesa fâ-lo de uma forma muito positiva, há uma enorme normalidade e as ocorrências são diminutas e sem grande gravidade”.

Para Carlos Gonçalves “este é um exemplo da forma como os Portugueses que vivem em França se integram e acabam por ter um comportamento que, neste caso, é perfeitamente exemplar. Num evento desta dimensão, tendo em conta o número de pessoas que aqui estão, podemos constatar que o número das forças de segurança aqui presentes, são em contingente muito mais reduzido do que noutros eventos que não são organizados pela nossa Comunidade” disse ao LusoJornal. “Isto é abonatório em nosso favor e demonstra a forma como os nossos Portugueses se comportam no dia a dia no país que os acolheu. Isto está na nossa educação e a educação é algo que conta muito, nomeadamente na forma como devemos estar em diversos eventos. Como diz o povo, sabemo-nos comportar”.

Há, no entanto, um ponto que o Maire de Herblay diz que tem de ser melhorado: “As pessoas passaram muitas horas a fazerem fila, para entrar e depois para comer. O festival tem de rever a organização, mesmo se as pessoas não reclamam, não são agressivas, porque vieram para passar um bom momento”.

Philippe Rouleau diz que adora particularmente o folclore. “Qualquer que seja o folclore, o país, qualquer que seja a região, adoro folclore, dá um ambiente festivo” e destaca também a presença de muita gente que não é portuguesa. “Isto é um festival português, claro, mas eu encontro aqui muitas pessoas que não são portuguesas, mas que vieram à festa. Ontem fiz muitas fotografias, fiquei impressionado”.

A participação da Mairie de Herblay foi importante para a organização do evento. Uma “navete” transportou em permanência as pessoas entre a estação dos comboios e o estádio, mas também foi criado um parque de estacionamento com 900 lugares. “É mais fácil estacionar aqui do que em Pontault-Combault” disse, referindo a outra grande festa organizada na região parisiense há quase 50 anos.

O Cônsul Geral Adjunto de Portugal, Filipe Ortigão, esteve no Festival em representação do corpo diplomático português e também marcou presença a Deputada eleita pelo círculo eleitoral da emigração, Nathalie de Oliveira.

“Este já é um momento histórico. Reunir mais de 32.000 pessoas no primeiro dia da primeira edição de um festival já é histórico” garantiu ao LusoJornal. “Eu senti que ia ser excecional, desde o primeiro anúncio, senti energia e estou muito impressionada, muito sentida, por, mais uma vez, constatar a mobilização dos Portuguesas”.

Nathalie de Oliveira considera que “as Comunidades continuam a ser fiéis às nossas tradições, são muito criativas, têm sido imensamente criativas e sinto uma admiração profunda de constatar, no meu círculo eleitoral, uma capacidade fantástica de continuarem a conviver, a fazer festas de uma qualidade enormíssima, é tudo tão original, tão preparado, com a ajuda das autoridades francesas…”.

Se, no sábado, a noite acabou por ser agradável, com Soraia Ramos a subir ao palco já bem tarde, noite dentro, no domingo a chuva também se fez convidada da festa.

Philippe Rouleau parece ter mudado de ideias sobre a festa. Inicialmente tinha sugerido que circulasse por outras cidades, não estava muito interessado em acolher este Festival todos os anos nesta cidade do Val d’Oise, mas entretanto parece ter agora uma posição diferente. “Eles têm muito interesse em voltar a fazer o Festival no mesmo sítio, porque no próximo ano já vão beneficiar da experiência deste ano e não vão ter de estar a recomeçar tudo novamente” disse ao LusoJornal, confirmando, mesmo assim, que “outras cidades já se mostraram disponíveis para acolher o Festival”.

Sónia Marisa Ribeiro garantiu, no entanto, ao LusoJornal, que a preparação da próxima edição deste festival “já está em curso”.

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