Fundação Versailles paga na totalidade restauro do manto da rainha D. Amélia

A Fundação Versailles vai pagar a totalidade do restauro do manto da rainha D. Amélia, exposto no antigo edifício do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, revelou fonte desta entidade à Lusa.

De acordo com Isabel Raposo de Magalhães, da Direção do Grupo de Amigos do Museu Nacional dos Coches (GAMNAC), o valor total do restauro, de 6.000 euros, foi entregue numa cerimónia que decorreu no antigo Picadeiro Real.

O donativo foi realizado no âmbito de uma campanha pública de angariação de fundos para o restauro do manto, lançada no início deste ano.

Isabel Raposo de Magalhães explicou à Lusa que o afilhado da rainha D. Amélia, Duarte Pio de Bragança, «empenhou-se pessoalmente na campanha de mecenato promovida em prol do restauro do manto da rainha», tendo conseguido o apoio da Fundação Versailles, com sede em Nova Iorque, presidida por Barbara de Portago.

De acordo com a Diretora do Museu Nacional dos Coches, Silvana Bessone, existe a intenção de requalificar uma sala do Picadeiro Real para expor o manto, depois de restaurado, bem como outras peças.

O objetivo é criar um núcleo dedicado à rainha D. Amélia – que era francesa -, a quem se deve a preservação da coleção e a criação do atual Museu Nacional dos Coches.

Por outro lado, a direção do GAMNAC pretende destinar a totalidade do dinheiro entretanto angariado na campanha, de muitos doadores anónimos, para o restauro do quadro a óleo da rainha, pintado por Vítor Corcos, em 1905, que se encontra na escadaria do museu.

A campanha tinha sido lançada porque o manto – classificado como bem de interesse nacional – se encontra «muito degradado», segundo fonte da entidade.

O manto – exposto atualmente no edifício do antigo museu, no Picadeiro Real – foi oferecido pela cidade de Paris à rainha D. Amélia, por ocasião do seu casamento com o príncipe D. Carlos – futuro rei -, em 1886.

Esta campanha é a primeira iniciativa do Grupo de Amigos. O manto será restaurado na oficina de conservação do Museu dos Coches, com supervisão do Instituto José de Figueiredo, por se tratar de uma peça classificada.

Sobre o valor necessário, Isabel Raposo de Magalhães explicou que «os materiais envolvidos são caros, e qualquer intervenção em têxteis é muito demorada, além de que o manto é de grandes dimensões».

De corte em veludo rosa ‘argenté’, a peça é forrada de cetim da mesma cor, constituída por nove tiras de veludo unidas entre si longitudinalmente, de modo a formarem pequenas abas na extremidade superior e um leve estrangulamento a meia altura. Um delicado bordado contorna a peça, desenhando uma cercadura fitomórfica onde pontuam rosas, folhagem diversa e fino reticulado a ponto de fundo, segundo a descrição da peça no inventário do museu.