Governo de Portugal “reconhece a importância” da redação em português da RFI

Perante a redução anunciada de dois ou três jornalistas na redação em português da Radio France Internationale (RFI), o Governo de Portugal reconhece a importância deste serviço que emite para África, mas a decisão cabe à empresa francesa.

“O Governo português reconhece a importância da manutenção do serviço rádio da RFI em português para África e continuará a acompanhar a situação atentamente, levando a cabo as diligências apropriadas”, afirmou a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas em resposta a questões enviadas pela Lusa.

A RFI anunciou no final do ano passado a intenção de reduzir o número de jornalistas da sua redação de língua portuguesa que emite em onda curta sobretudo para os países africanos que falam a língua de Camões, além da presença na Internet.

Esta redação conta atualmente apenas com oito jornalistas fixos e quatro em regime de trabalho independente, tendo chegado a ter 15 jornalistas fixos.

Apesar de acompanhar a situação através da Embaixada de Portugal em Paris, o Governo português relembra que se trata da decisão de uma empresa francesa. “Importa, contudo, ter consciência de que a decisão se insere num plano de reestruturação que afeta várias emissoras e serviços de uma empresa francesa de capitais públicos na qual o Estado português não tem qualquer participação”, referiram as autoridades portuguesas.

A RFI difunde em diversas línguas para diferentes pontos do globo sempre com atualidade ligada à francofonia e faz parte da France Medias Monde, uma empresa pública que está a passar por um plano de reestruturação.

Além da redação portuguesa, também as redações em árabe e em inglês vão ser afetadas, sendo o objetivo da empresa cortar cerca de 30 jornalistas nas três línguas.

Ainda no final do ano passado, uma petição lançada por Luísa Semedo, Conselheira das Comunidades Portuguesas, alertava para o perigo desta redução e a redação portuguesa acompanhou as greves nacionais em França durante o mês de janeiro.

À Lusa, a France Medias Monde garantiu que não haveria despedimentos compulsórios.

 

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LusoJornal