LusoJornal | Mário Cantarinha

Grupo Desfado, Elena Correia e Luís Filipe Reis num espetáculo cheio de esperança em Les Ulis

[pro_ad_display_adzone id=”41080″]

 

A Associação Cultural Portuguesa de Les Ulis e Orsay (ACPUO) organizou, no passado dia 18 de junho, um espetáculo no Espace Boris Vian com o grupo Desfado, Elena Correia e Luís Filipe Reis.

Este foi o primeiro grande espetáculo da associação depois de uma paragem de mais de dois anos por causa da pandemia de Covid-19. “Depois desta pandemia, a associação provavelmente não voltará a ser aquilo que era” confessa ao LusoJornal a Presidente Manuela dos Santos. “Tivemos uma reflexão muito grande. A pandemia foi muito longa e o distanciamento entre nós também foi grande. Atingiu-nos muito moralmente”.

Mas ultimamente, foram os jovens que já cresceram na associação que motivaram os dirigentes. “Eles vieram até nós e disseram-nos que querem continuar porque a associação faz-lhes falta. Isso deu-nos muita força”. Por isso Manuela dos Santos chamou-os ao palco. “Queria-os ao meu lado, para os mostrar ao nosso público, e dizer-lhes que eles são a nossa força”.

Cerca de 400 pessoas encheram o Espace Boris Vian. “Por acaso fiquei surpreendida. Estamos felicíssimos por isso. Nunca pensávamos que fosse um êxito para um primeiro evento deste género” diz Manuela dos Santos.

O Grupo Desfado foi o primeiro a subir ao palco. Depois de dois anos parado, o grupo podia ter-se desfeito, mas pelo contrário, mostrou estar bem vivo. “Durante a pandemia, mantivemos sempre o contacto entre nós e sabíamos que logo que houvesse a possibilidade de fazer concertos, cá estaríamos” diz ao LusoJornal Magali Antunes. “Foi com muito gosto que estivemos aqui e voltar a subir aos palcos é sempre um grande prazer”.

Também Elena Correia, que já tinha cantado em Les Ulis há muitos anos, quando integrava um grupo de baile, ficou surpreendida com a implicação do público. “Mesmo sentados, senti que tinham vontade de bater o pezinho. Fiquei muito contente e os dirigentes da associação acolheram-me com muito carinho”.

Estes dois anos de pandemia foram muito difíceis para a cantora. “Tive muitas dúvidas. Foram dois anos muito complicados”.

Elena Correia explicou ao LusoJornal que “já há muitos anos que a música era a minha profissão. Dedicava verdadeiramente a minha vida à música. Felizmente tinha a possibilidade de fazer isso. Quando chegou a pandemia, no início, fiz como se fossem umas férias, ficámos todos em casa, até precisava de uns dias assim. Mas alguns meses depois, comecei a andar de roda, interroguei-me sobre o que podia fazer. Depressa voltei a encontrar um emprego, voltei novamente para uma agência imobiliária, para ocupar o meu tempo e para ver pessoas. Eu sempre tive aquela interação com o público e de repente, de um dia para o outro, só via a família de quatro pessoas, era muito difícil”. E acrescenta que “não tinha vontade de ir às redes sociais, não tinha espetáculos, por isso não tinha nada para contar. Tive algumas dúvidas se voltávamos. Durante muito tempo fomos marcando datas, cancelando, voltando a marcar e voltando a cancelar. Mas graças a Deus, estou muito feliz porque as pessoas estão sempre presentes e mostram que me apoiam”.

A artista radicada na região de Paris aproveitou para desvendar o véu sobre o novo videoclipe do tema “Há festa toda a noite”. “É um tema novo, um bebezinho, feito com muito amor, com muita alegria, é muito dinâmico porque eu acho que as pessoas necessitam mesmo de deixar tudo o que têm na cabeça, porque todos temos os nossos problemas, e quando vamos para a festa, as pessoas querem mesmo animação. E eu sou a primeira a necessitar disso”.

O último a subir ao palco foi Luís Filipe Reis. Também ele confessou ao LusoJornal que a paragem radical de concertos durante a pandemia foi “uma surpresa triste, que não estávamos à espera”. De um momento para o outro, também ele viu todos os seus concertos desmarcados. “Mas eu tenho sempre dito que em primeiro lugar está a saúde e é verdade que já tivemos muitos bons anos, anos de ouro, com muitos espetáculos”.

Luís Filipe Reis explica que gere a sua própria carreira e que pensa sempre no futuro. “Felizmente, neste aspeto, não me afetou muito, o que me afetou mais foi a saudade dos palcos, do público, de estar com as pessoas que trabalham comigo, toda a gente deixou de trabalhar e isso também me deixou muito triste”.

Enquanto esteve no palco, o público acompanhou sempre o artista a cantar. “Os meus espetáculos são constituídos por êxitos e as pessoas cantam todos os meus êxitos, as minhas canções” e acrescenta que “o artista, o que gosta é disso mesmo”.

Em alguns dos temas, foram-se vendo, também, no público, algumas lágrimas, sinal que a emoção foi passando.

Manuela dos Santos mostrou contentamento no fim do espetáculo. “Estes artistas foram sugeridos pelo empresário David Correia, e podemos constatar que, realmente, o programa foi adequado a este público. O público apreciou”.

Agora a associação prepara já um evento para a “rentrée”, no dia 25 de setembro, em Courtaboeuf, com um almoço seguido de espetáculo durante toda a tarde.

Mas Manuela dos Santos debate-se agora com um outro problema: a falta de um acordeonista. “Primeiro foram as regras sanitárias, as pessoas não podiam dançar frente a frente, não podiam dar as mãos, nada disso. Mas agora também nos falta um acordeonista e por isso ainda não conseguimos recomeçar os ensaios. Vamos ver se conseguimos voltar em setembro, nem que seja apenas a cantar sem tocata”.

Aqui fica o apelo. Se algum acordeonista da região quiser integrar este grupo, vai ser “recebido de braços abertos” garante a Presidente da associação.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]