Grupo folclórico “Borda d’Água” de Chaville: Como vai ser a retoma depois da Covid-19?

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O grupo folclórico “Borda d’Água” de Chaville foi criado em 1979 e representa a região do Ribatejo. Como todas as outras associações teve de enfrentar desde o mês de março de 2020 a interrupção forçada das suas atividades devido à epidemia da Covid-19. E agora, como regressar aos ensaios?

O país ficou parado durante meses e não foram só as empresas que sofreram, as associações também foram fortemente impactadas. “A pandemia da Covid-19 foi difícil, encontramo-nos sem poder fazer nada e financeiramente foi complicado porque não havia nenhuma entrada de dinheiro, mas tínhamos que pagar o seguro. Não recebemos nenhum subsídio, só tivemos uma ajuda da Mairie de Chaville que nos ajudou a pagar uma parte do seguro” disse ao LusoJornal Amândio do Carmo, Presidente da associação.

Antes da pandemia o grupo folclórico era composto por cerca de 20 dançarinos, ou seja, entre 8 e 10 pares, e o último evento organizado foi o 39° Festival folclórico, em outubro 2019. O último ensaio ocorreu no mês de fevereiro de 2020 e as saídas que estavam previstas para os meses seguintes foram canceladas.

O grupo folclórico devia ter realizado o seu 40° Festival em 2020, mas não o pôde fazer devido à pandemia, e o Festival de 2021 também está comprometido, disse o Presidente. “No que toca ao futuro, vamos pedir as nossas salas à Mairie, como costumamos fazer, mas veremos, segundo as restrições, o que será possível fazer e como podemos fazer, no entanto, segundo as restrições, penso que vai ser difícil realizar o nosso Festival no mês de outubro, como costumamos fazer”.

Com respeito ao regresso aos ensaios do grupo folclórico, as opiniões são diversas. Apesar da vontade do Presidente – “o que não falta é vontade” – o verdadeiro questionamento é saber se as pessoas vão querer voltar, porque, como ele próprio diz, “farei todo o meu possível para poder continuar, no entanto não estou sozinho e nem tudo depende de mim”.

A ensaiadora Carolina Quintela acredita que vai ser mais difícil, porque “penso que a vontade dos dançarinos já não vai ser a mesma do que antes da pandemia. Alguns sempre estarão presentes, porque para eles o rancho é indispensável, no entanto, aqueles que vinham para a brincadeira ou para as suas saídas semanais vão acabar por não vir. Penso que mesmo só os apaixonados vão continuar a vir ao rancho”.

A associação apresenta uma verdadeira necessidade de retomar uma atividade, como o disse o Presidente da associação, que espera poder voltar à atividade o mais rápido possível. “Apesar da ajuda da Mairie, se não começarmos rápido, vai ser complicado fazer face às despesas” disse ao LusoJornal.

Amândio do Carmo evoca as dificuldades financeiras e diz que “vai ser complicado. Penso que uma grande maioria das pequenas associações independentes como a nossa vão ter que fechar por falta de meios, é pena que a cultura portuguesa se perca, se isto continuar assim, vai ser difícil de conservar os grupos e eu não quero isso, então farei todo o meu possível, porque se fecharmos as nossas associações e pararmos os nossos grupos folclóricos, a nossa cultura portuguesa vai desaparecer pouco a pouco”.

Outro problema vão ser as restrições sanitárias. A ensaiadora afirma que “é muito difícil pensar numa potencial retoma, porque para já a única opção seria de dançar com as máscaras e com solução à base de álcool entre cada dança ou cada vez que mudamos de par”.

A solução das máscaras já foi pensada pelo Presidente. “Se tivermos de recomeçar e dançar com a máscara, fá-lo-emos” disse ao LusoJornal, apesar de tudo, o medo que os membros do grupo possam apanhar o vírus está bem presente.

 

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