LusoJornal / Marco Martins

Guingamp desceu de divisão: Pedro Rebocho – a ambição, apesar de ano para esquecer

O lateral esquerdo português Pedro Rebocho, que atua no Guingamp, realizou uma excelente temporada 2018/2019 da Liga francesa de futebol a nível pessoal, no entanto a equipa acabou por descer de divisão.

O Guingamp terminou a época com 27 pontos, vencendo 5 encontros, empatando 12 e perdendo 21, marcando 28 golos e sofrendo 68. A equipa da Bretagne foi aquela que menos jogos venceu, a equipa que menos golos marcou, e a equipa que mais golos sofreu. A descida de divisão parecia inevitável.

Mas Pedro Rebocho conseguiu ser uma peça importante na equipa, tentando evitar o naufrágio. O lateral esquerdo português realizou 36 dos 38 jogos nesta época, fez 8 assistências e também acumulou quatro amarelos ao longo da temporada.

Para o defesa luso, a época acabou por ser uma excelente temporada a nível pessoal, mas complicada a nível coletivo, como confirmou ao LusoJornal.

 

Que balanço podemos fazer da temporada?

Acho que em todos os jogos tivemos oportunidades para marcar, mas faltou-nos aquela pontinha de garra no momento de finalizar. Não podemos apenas falar da parte ofensiva, também não estivemos bem defensivamente. Foi o que aconteceu durante toda a época e por isso é que não conseguimos a manutenção. Mas para a equipa que temos, para os jogadores que temos, e para o clube que temos, acho que devíamos ficar na primeira divisão, a Ligue 1. O futebol é o momento e saber aproveitar as oportunidades que há. Não conseguimos aproveitar e acabámos por descer.

 

Qual é o seu sentimento quanto à descida?

É um sentimento de desilusão para mim, porque quando se tem jogadores com a qualidade que temos, eu acho que temos bons valores, temos um clube organizado, um bom Presidente, muitos bons adeptos, um estádio magnífico, e um Treinador e um staff técnico muito bom, deveríamos fazer mais. É uma desilusão porque não conseguimos alcançar os dois objetivos que tínhamos: vencer a Taça da Liga e arrecadar a manutenção. Acho que vai servir de lição para o próximo ano porque temos que saber lidar com a adversidade da melhor forma e conseguir os melhores resultados.

 

Para o ano continua no Guingamp?

Eu tenho contrato até 2022. A partir de agora vou aproveitar as férias. Não sei o que vai acontecer, aliás nem sei o que vou comer amanhã (risos). Depois verei o que será melhor para mim, para o clube e para a minha evolução. Terei de tomar uma decisão, mas não será uma decisão apenas minha. Sei apenas que tenho contrato com o clube, mas nunca se sabe se há uma boa oportunidade para o Guingamp e para mim.

 

Seria difícil jogar na Ligue 2?

Após duas temporadas na Ligue 1, admito que eu vim para França para subir de nível em relação a Portugal. Não era a minha intenção jogar na Ligue 2, e preferia que o clube tivesse ficado na Ligue 1. Mas isto também faz parte do trabalho: quando as coisas correm mal, temos de dar a cara. Estou aqui presente e se tenho de jogar na Ligue 2, vou jogar porque o que eu quero é jogar futebol. Eu sou ambicioso mas isso não me cabe só a mim decidir.

 

Rumores sobre uma possível transferência perturbam?

As notícias chegam até mim, mas até agora não tenho nada de concreto. Acho que só se pode acreditar quando a proposta é concreta. Ser associado a bons clubes europeus é sempre bom, mas não quero criar ilusões sobre isso. Eu prefiro aproveitar o que é concreto.

 

Qual é o desejo do Pedro Rebocho?

Eu sonho em jogar a Liga dos Campeões ou a Liga Europa e representar um clube grande. Outro sonho é representar a Seleção portuguesa, mas sei que para isso tenho que ter cada vez mais visibilidade.

 

É a melhor temporada do Pedro?

Acredito que sim. Foi a minha melhor época. Um dos fatores para essa boa temporada foi a confiança depositada em mim pelo Treinador e pelo Presidente. Foi por isso que consegui fazer todas estas assistências e as boas exibições que fiz. Quero agradecer o apoio dos adeptos. E quero também agradecer o Presidente, o Treinador e todo o staff técnico.

 

Uma palavra sobre o Campeonato português, o Benfica foi um justo vencedor?

A partir do momento em que se tem resultados e que se faz por merecer, é um justo vencedor. O Porto no ano passado foi um justo vencedor. Acho que quem tem mais pontos e quem ganha é quem é o justo vencedor. No que diz respeito às polémicas em torno da arbitragem, acho que pode haver erros em qualquer jogo. Faz parte do futebol. Os jogadores erram, e os árbitros também podem errar. Acho que foi um título especial para o Benfica porque Bruno Lage é um Treinador que veio provar que a aposta nos jovens e nos jogadores portugueses tem dado frutos. Deve continuar assim. Acho que é importante para o futebol português que haja esta aposta nos jovens portugueses e não só no Benfica, em todos os clubes lusos.

 

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