Instituto Camões organizou 3° Encontro da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua I.P. organizou ontem a 3ª edição do Encontro da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro, subordinado ao tema “A mediação no Ensino Português no Estrangeiro”, e no qual participou o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro. O evento teve lugar na Sala Foyer da Fundação Calouste Gulbenkian.

Nesta iniciativa foi feita uma reflexão sobre o conceito de mediação e as perspetivas para a sua operacionalização no contexto do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), tendo em vista a valorização do trabalho individual dos docentes do EPE e a construção de redes cooperativas entre as Coordenações de Ensino dos vários países, e entre os docentes dos vários níveis de ensino (básico, secundário e superior).

O Ministro Augusto Santos Silva fez uma intervenção na sessão de abertura. “No que diz respeito à rede de ensino português no estrangeiro, a previsão meteorológica é de bom tempo, é positiva”, sublinhou, afirmando que tal significa “um aumento das responsabilidades” em vários planos.

São eles: a consolidação da rede, o reforço do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a qualificação do ensino, a certificação e credenciação das aprendizagens, a “boa combinação” entre educação presencial e educação à distância e o “casamento duradouro entre esta própria rede e as outras presenças da língua portuguesa no ensino secundário nos países em que as Comunidades estão presentes”.

Sobre a projeção do português como língua global, Santos Silva considerou que o ensino português no estrangeiro ou como oferta curricular não são incompatíveis.

O governante defendeu que os “cinco ou seis milhões de portugueses e lusodescendentes que vivem um pouco por todo o mundo também são, eles próprios, uma das razões que levam a que português seja uma língua global, falada virtualmente em todo o mundo”.

“Sempre que respondemos especificamente ao imperativo constitucional de garantir aos filhos dos portugueses que vivem no estrangeiro um ensino português de qualidade que lhes é prioritariamente dirigido, estamos também a contribuir para a projeção global da nossa língua”, salientou.

Por outro lado, há que “saber distinguir o que é o ensino da língua – que será cada vez mais assumido por diferentes países nas suas escolas básicas e secundárias – do que é o ensino português no estrangeiro, que se destina não apenas a garantir o ensino da língua, mas também a formação em elementos que são identitários, como a geografia, a história ou a realidade contemporânea da sociedade portuguesa”, referiu Augusto Santos Silva.

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, fez uma intervenção na sessão de encerramento do encontro.