Instituto do mundo lusófono foi lançado em Paris

Foi lançado na semana passada, em Paris, o Instituto do mundo lusófono e logo no seu primeiro evento, juntou personalidades portuguesas e francesas, como por exemplo o antigo Presidente da Comissão europeia, Durão Barroso.

Isabel Oliveira é Diretora do Departamento de LEA da Universidade Paris 3 Sorbonne Nouvelle e é também a Presidente do Instituto do mundo lusófono.

 

O que vai ser este instituto?

O Instituto do mundo lusófono foi uma ideia que tive há dois anos. Já que havia uma lacuna a esse nível em Paris. Existe o Instituto do mundo árabe, o Instituto anglófono entre muitos outros e à semelhança desses institutos, quis uma vitrina da lusofonia em Paris, representativa das nossas culturas lusófonas e reforçar o uso da língua portuguesa em Paris. Ser um celeiro de ideias, vocacionado mais para a sociedade civil, e trabalhar em parcerias com instituições ou particulares que tenham esse objetivo comum que é a nossa bela língua portuguesa.

 

Ainda não tem espaço físico, mas é para ter?

Sim, estamos em negociações para um local físico. Esperamos daqui a um ano, porque vamos ter que fazer obras de remodelação de forma a termos um leque de todas as realidades dos países da CPLP. Na semana passada, quisemos inaugurar o Instituto do mundo lusófono com plataforma virtual para darmos a conhecer aos diferentes países da sua existência e que estamos aqui para cooperar e estreitar relações com os outros institutos, sabendo que a ideia é ter uma estrutura física.

 

Como é que aderiram os países? Facilmente?

Foi uma agradável surpresa. Os países ficaram seduzidos com o projeto. Tanto da parte lusófona como francófona. Até agora o projeto teve um excelente acolhimento.

 

Quais são os países que mais se implicam no projeto?

Temos o Brasil que aderiu de imediato e Portugal. Angola como está numa fase de reorganização, também aderiu, assim como Moçambique e Cabo Verde. Tivemos uma bela adesão, cada um à sua escala evidentemente.

 

O primeiro Congresso do Instituto misturava a lusofonia e a francofonia. Porquê esta ligação à francofonia logo no primeiro evento?

Porque temos um passado em comum, somos latinos, temos uma maneira de conceber o mundo de maneira particular, que é o humanismo, e hoje em dia com a globalização há um conceito de neolatinidade e como já referi estamos em Paris e parece-me ser o berço ideal para acolher este projeto. E Paris representa bem tudo isso: é a capital da cultura, ligada à arte, cosmopolita, etc.

 

E quais vão ser os próximos passos?

Será terminar a negociação do espaço físico e continuar a criar parcerias com universidades de países da lusofonia, mas também da parte francófona e da hispanofonia, todos são bem-vindos, com o próprio setor económico, queremos apostar seriamente com o português como língua de especialidade. Termos também nós como lusófonos, material de referência, como os outros espaços já têm há muito tempo. Começar também a trabalhar uma política da língua, inspiramo-nos na francofonia que tem uma larga experiência nesse nível. Estou a pensar no IUF, no AUF e outras estruturas que estão interessados em criar parcerias sólidas connosco.

 

A Isabel Oliveira é Presidente e quem mais está no projeto?

Temos instituições que estão no projeto, o setor económico, porque sem essa parte é difícil para apoiar as ideias. Temos a empresa Total que aderiu de imediato, e temos algumas pessoas. Agora estou à espera de organizar a estrutura física, e depois teremos o nosso conselho de administração que iremos desvendar aos poucos.