“La Construction du Brésil – Essais sur l’histoire et l’identité du Brésil”, um livro sobre um bicentenário (quase) esquecido

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A coleção Mondes Lusophones da L’Harmattan Éditions acaba de se enriquecer com a publicação de “La Construction du Brésil – Essais sur l’histoire et l’identité du Brésil”, uma recolha de textos de Manuel de Oliveira Lima (Recife, 1867 – Washington, 1928), importante escritor, crítico literário, diplomata, historiador e jornalista brasileiro da passagem do século XIX ao XX.

Este livro vem de algum modo preencher o vazio editorial francês num momento em que se celebrou no ano passado o bicentenário da Independência do Brasil. Bicentenário que, no próprio Brasil, ao contrário do que aconteceu em 1922 ou 1972, foi comemorado sem grande entusiasmo por um povo e uma elite atordoados por uma eleição presidencial de importância capital e pela mortandade provocada pela epidemia de Covid19.

Os textos desta grande personalidade pernambucana foram recolhidos por André Heráclio do Rêgo, também ele diplomata, historiador e escritor brasileiro, além de membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que tem como principais áreas de investigação a História do Brasil e dos países de língua portuguesa. Entre as suas publicações encontram-se “Littérature et pouvoir, l’image du coronel et de la famille dans la littérature brésilienne” (2006), “Famille et pouvoir régional au Brésil, le coronelismo dans le Nordeste, 1850-2000” (2005) e “Mémoires d’un malin-malingre” (2001).

Manuel de Oliveira Lima foi um eminente membro da elite culta brasileira. Homem cosmopolita, filho de um comerciante português, que oscilou entre o Brasil e Portugal antes de optar claramente pela brasilidade em 1890. Francófilo e francófono, ele foi orador em várias conferências um pouco por toda a Europa: na Academia Real da Bélgica, perante o rei, e na Sorbonne.

Manuel de Oliveira Lima publicou também em francês. E são precisamente estes textos publicados em francês na época que Heráclio do Rêgo reúne, pela primeira vez, neste livro.

Manuel de Oliveira Lima tornou-se um dos historiadores fundadores da História do Brasil e, sobretudo, o historiador que melhor trabalhou a temática da independência do Brasil. Crítico documental perspicaz, fugindo das regras da solenidade académica do seu tempo e combinando ciência e arte, introduzindo elementos de história económica e social, foi descrito por Gilberto Freyre, o inventor da teoria “lusotropicalista”, como um “historiador-sociólogo”.

Denis Rolland, universitário francês e corresponsável, juntamente com Joelle Chassin, pela coleção Mondes Lusophones da L’Harmattan Éditions, salienta no prefácio que estamos perante “um livro para completar tanto o nosso conhecimento da historiografia do Brasil, como a compreensão do processo de construção da identidade e da narrativa nacional brasileiras”.

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