“Le Portugal depuis la Révolution des Œillets”: Uma radiografia do Portugal Contemporâneo

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A mais recente novidade editorial francesa sobre a história contemporânea de Portugal já está disponível. “Le Portugal depuis la Révolution des Œillets – Dynamiques Politiques et Sociales”, obra editada pela L’Harmattan, e coordenada pelos professores universitários Christophe Roux, Marie-Hélène Sá Vilas Boas e Victor Pereira, tem como objetivo responder à seguinte questão: quais são as dinâmicas políticas e sociais que podemos observar em Portugal desde a Revolução dos Cravos? Essa revolução que pôs fim a 48 anos de fascismo e inaugurou a terceira vaga de transições democráticas no mundo.

Esta obra conta com a contribuição de quinze especialistas que abordam variadíssimos temas numa dúzia de capítulos. Temas que vão desde as políticas de habitação (qual o real impacto da recente gentrificação das grandes cidades?), a política exterior portuguesa (que oscila entre a Europa, o Atlântico e a Lusofonia), os modos de participação cívica dos Portugueses (será verdade a ideia de que a sociedade civil portuguesa se encontra por entre as mais débeis do continente?), o sistema partidário (estará ele a sofrer a mesma destruturação que já ocorreu em França e prestes a cair nas mãos do mais básico populismo de extrema direita?) ou o poder local e municipal.

São muitas as perguntas e respostas que este retrato, ou radiografia, se preferirem, do Portugal Contemporâneo oferece ao leitor. Uma abordagem pluridisciplinar que, além da Ciência Política ou da História, aborda as problemáticas através da Sociologia, do Direito e da Antropologia.

Um livro que, segundo os autores, visa “preencher” um certo desinteresse por parte dos editores francófonos em garantir o aparecimento de obras de referência sobre a História da Democracia Portuguesa. Uma falta de interesse que, ao contrário, contrasta com a aposta editorial em obras que abordam a História dos outros países vizinhos como a Espanha, a Itália ou o Reino Unido.

Um Portugal que, se bem que territorial e demograficamente modesto, perdido na periferia ocidental da Europa, longe, portanto, do centro continental, embora esteja mais próximo de África e das Américas do que outro qualquer país europeu, para não falar da sua zona oceânica exclusiva que já levou a que apelidassem Portugal de “país-medusa”, devido ao seu território constituído em 99% por água. Uma língua das mais faladas no mundo (tem, de longe, mais falantes nativos do que o francês e é a terceira língua europeia mais falada no mundo, apenas atrás do espanhol e do inglês), mas tratada com algum desdém pelos franceses, que, não obstante o facto de viverem num país com uma forte presença lusófona oriunda da imigração, encaram o português como uma língua rara e com menos interesse do que, por exemplo, o italiano.

É este desinteresse, aparentemente paradoxal, por parte da sociedade francesa em relação a Portugal que “Le Portugal depuis la Révolution des Œillets” pretende colmatar, “na esperança”, segundo os próprios autores, “de que Portugal receba a atenção que merece”.

 

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