LusoJornal / António Borga

Legislativas: CDS-PP deseja fim da hegemonia PS-PSD

Mélissa da Silva, cabeça de lista do CDS-PP para o círculo eleitoral da Europa, lançou oficialmente a campanha eleitoral neste domingo 22 de setembro em Montrouge, no restaurante «Le Physalis», perante uma sala cheia onde, onde estava também presente Luís Queiró, Presidente do Congresso do Partido, e onde a palavra de ordem era “mudanças políticas” ao nível das Comunidades, desejando o “fim da hegemonia PSD-PS”.

A candidata do CDS-PP marcou desde logo o seu estilo e sobretudo a sua identidade: “Sou portuguesa, sou lusodescendente, e residente em França”, martelou em abertura da sua intervenção no comício.

Comício que contou com a presença de Irène de Oliveira Carmo, segunda candidata na lista do CDS-PP, bem como do suplente Philippe Cristão Pedro, mas com a ausência do segundo suplente Casimiro Dias, que não podia estar presente.

Irène de Oliveira Carmo, empresária residente em França, abriu o comício com um longo discurso em torno da sua identidade, dos motivos que a levaram a aceitar o convite do Partido e o que espera destas eleições, dando destaque ao ensino da língua portuguesa para manter viva esta cultura lusa nos lusodescendentes que já vão “na quarta geração”, lembrando que os lusodescendentes vivem hoje com uma dupla cultura: “Os meus dois filhos são Franceses, mas também ambos têm a nacionalidade portuguesa, dominado as duas línguas”, atirou.

O ensino do português foi aliás um dos principais assuntos abordados tanto por Irène de Oliveira Carmo, como por Mélissa da Silva, esta última lembrando o seu caso particular: “Se hoje falo português é graças aos meus pais. Como milhares de lusodescendentes, não tive acesso ao ensino do português proposto pelo Governo”, sublinhou, admitindo que será uma das suas lutas em defesa dos lusodescendentes, dos franco-portugueses.

Cada uma das candidatas foi lançando algumas críticas aos adversários. Irène de Oliveira Carmo assegurou que o CDS-PP é “o Partido para o qual fazem sentido os programas, as medidas e as ações que defendem a vida, do nascimento até à morte”. Ataques que também lançou Mélissa da Silva no que toca à defesa contra as discriminações de que são alvo os lusodescendentes e os emigrantes, sem que os atuais Deputados tenham feito algo a favor: “Discriminações esquecidas pelos Deputados que nos representam. Quero mudar o rumo das políticas direcionadas para os cidadãos residentes fora do Portugal. Quero dar voz aos lusodescendentes”.

A intervenção de Luís Queiró, Presidente do Congresso do CDS-PP, começou com um episódio caricato em relação à sua curta estadia em Paris: “Primeiro quero referir que o Doutor Mota Soares que devia vir comigo, teve uma dificuldade de última hora em relação aos voos, que o impediu de estar aqui. Quanto a mim, cheguei atraso porque o meu voo era às 8h00 da manhã, mas apenas saí de Portugal à hora em que eu já devia estar em Paris. É assim que estão os nossos transportes aéreos e os transportes rodoviários em Paris, visto que foi outra aventura chegar aqui com um táxi”, finalizou referindo-se ao facto de ser “Dia sem Carros” em Paris. Depois lançou oficialmente a campanha eleitoral de Mélissa Silva.

Entre críticas ao Governo atual em Portugal, entre apelo ao voto dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, e trazendo apoio a Mélissa da Silva, Luís Queiró pediu sobretudo uma alternância política em território nacional… e no círculo para a Europa, regozijando-se em poder apoiar duas mulheres, mostrando que o Partido aposta nos talentos femininos em França.

A cabeça de lista do CDS-PP, na sua intervenção, lançou mais ataques diretos tanto ao Governo português como aos representantes das Comunidades portuguesas no que diz respeito aos Consulados onde “o atendimento consular deve ser reforçado, para reduzir o tempo de espera para obter uma marcação no Consulado”.

Além do ensino da língua portuguesa e da rede consular, Mélissa da Silva não esqueceu uma luta – o terceiro ponto fulcral no seu programa – em torno da dupla tributação, para a qual deve haver “um levantamento das injustiças fiscais e encontrar soluções para os Portugueses fora de Portugal, mas com bens em Portugal”.

As três figuras do CDS-PP no comício acabaram por apelar ao voto dos Portugueses residentes em França e no estrangeiro, apesar – e foi mais uma crítica – das “dificuldades que cada um vai ter para votar” nestas eleições legislativas.

 

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