Manuel Dias Vaz publicou “La magie de la poésie et la force de l’amitié” nas Editions Quatorze

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As Editions Quatorze, do Comité Sousa Mendes, em Bordeaux, acabam de editar «La Magie de la poésie et la force de l’amitié» de Manuel Dias Vaz, um livro bilingue com poemas, mas também com textos de reflexão, discursos e intervenções.

O prefácio do livro foi escrito pela editora Sylviane Sambor, uma amiga de há 34 anos, com quem Manuel Dias organizou, em 2022, uma homenagem a outro amigo, Eduardo Lourenço. No texto, Sylviane Sambor fala de “implicação e coragem” para evocar este “Francês de origem estrangeira, fruto da mestiçagem e da interculturalidade, que nunca renunciou às suas origens e que serviu a França no seio de numerosos organismos públicos, administrações, instituições e associações”.

Manuel Dias veio para França em 1964, com apenas 18 anos de idade, foi Diretor Regional do FASILD (Fonds d’aide et de soutien pour l’intégration et la lutte contre les discriminations), mas antes tinha integrado a FASTI (Fédération des associations de solidarité avec les travailleurs immigrés), o CLAP (Comité de liaison pour l’alphabétisation et la promotion), foi sindicalista ativo na CFTC e depois na CFDT, foi membro fundador da CNHI (Cité nationale de l’histoire de l’immigration) e Presidente do Rhami (Réseau aquitain histoire et mémoire de l’immigration).

Os poemas de Manuel Dias foram escritos entre Bordeaux, onde reside, e Louriçal do Campo, nas encostas da Serra da Gardunha, na Beira Baixa, a terra que carrega no coração. “Tu estás, apesar do tempo que passa e a distância que nos separa, sempre presente na minha memória, nos meus sonhos, nas minhas saudades e no meu coração” escreve num dos textos. “Tu és a minha terra linda e acolhedora, rodeada pelo rio Ocreza, pela barragem da Santa Águeda e pelo nobre colégio de São Fiel”. E depois acrescenta: “Nas tuas entranhas nasceram membros da minha família e os meus amigos de infância. No teu cemitério repousam em paz e para a eternidade, seres que amei”.

As memórias da terra natal são uma constante neste livro, como nos anteriores que também editou nas Editions Quatorze, desde as papoilas, à nascente do rio Ocreza, passando pela criança rebelde que foi e pela juventude que lhe foi confiscada pelo regime salazarista, tudo inspira Manuel Dias.

Mas este é também um livro de amizade, com poemas que escreveu para Sylviane Sambor, para o companheiro de muitas lutas Eduardo Lourenço ou para a ‘irmã do coração” Maria Beatriz Rocha Trindade.

A carta de adeus ao filósofo, pensador, professor e amigo Eduardo Lourenço está carregada de emoção e de história, o texto do prefácio do livro “Portugal e a Grande Guerra de 1914-1918 de Valentim Nogueiro Fernandes, o texto do prefácio do livro “La Nation portugaise ou h’histoire d’une diaspora juive” de Manuel Pereira Guimarães, “Os dramas do exílio e a hospitalidade” onde evoca Aristides de Sousa Mendes, ou ainda “A resistência dos Portugueses no século XX”, traduzem alguns dos centros de interesse que têm acompanhado Manuel Dias durante muitos anos.

Este é o 17° livro que Manuel Dias edita nas Editions Quatorze (14 como 14 quai des Chartrons, em Bordeaux, onde o Cônsul Aristides de Sousa Mendes, que tinha 14 filhos, passou milhares de vistos, desobedecendo à célebre Circular 14). Mas Manuel Dias publicou textos noutras editoras.

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