Lusa | José Sena Goulão

Marine Le Pen esteve em Lisboa para a reunião com partidos da família Identidade e Democracia (ID)



Os principais líders da família política Identidade e Democracia (ID) estiveram reunidos em Lisboa e visitaram ontem o Parlamento português a convite do partido Chega. Participou a representante do Rassemblement National, Marine Le Pen, e Tino Chrupalla, Presidente do partido alemão AfD (Alternativa para a Alemanha), assim como o eurodeputado belga Gerolf Annemans, eleito pelo partido flamengo de extrema-direita Vlaams Belang, Martin Helme, líder do partido de direita nacionalista da Estónia EKRE, do checo Tomio Okamura, e o eurodeputado austríaco Harald Vilimsky.

Numa conferência de imprensa realizada ontem, Marine Le Pen mostrou-se contra a União Europeia, nos seus atuais moldes. “O Chega tem tido desde o início uma posição muito clara: não defende nem defenderá a saída de Portugal da União Europeia, mas defende a reforma da União Europeia. Achamos importante uma refundação da UE que dê mais poderes aos Governos para controlo de fronteiras, de migrações, mas também para alterar políticas económicas que estão a favorecer mais a China que os países europeus”, afirmou. “Não é por sermos contra esta UE que somos contra a Europa, somos profundamente europeus”, afirmou, considerando que a sua posição é semelhante à de Le Pen.

Antes das declarações aos jornalistas, André Ventura levou Marine Le Pen e Tino Chrupalla às galerias do plenário da Assembleia da República, enquanto decorria a discussão na especialidade do Orçamento do Estado, numa presença a que só o Chega aludiu e aplaudiu.

A deslocação dos dois convidados estrangeiros pelos corredores do Parlamento, com muitos jornalistas atrás, foi acompanhada pela segurança da Assembleia da República que, no final da conferência de imprensa, não permitiu que a comunicação social saísse imediatamente da sala.

O líder do Chega considerou que a demissão do Governo português foi “boa para a Europa”. André Ventura justificou esta afirmação, dizendo que “a principal ambição de António Costa e dos seus aliados” – que apontou como sendo o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o Chanceler alemão, Olaf Scholz, – era que o Primeiro-Ministro português fosse Presidente do Conselho Europeu. “Já sofremos com a tragédia António Costa, não gostávamos que todos os europeus sofressem”, disse.