LusoJornal / Mário Cantarinha

Momento de Poesia com Carlos Manuel Candeias

O Tempo

 

Gosto do tempo que passa, sem parar

Dos dias e mesmo dos segundos

Que me levam velhos mundos

E me trazem sonhos para realizar

 

Gosto desse tempo que é sem fim

Onde eu vivo sempre a gravitar

Entre o céu, a terra e o mar

Desse tempo que é só para mim

 

Sou como uma semente

Que precisa de tempo para germinar

De tempo parado e de outro para viajar

Entre o tempo passado e o presente

Para melhor me encontrar

 

Gosto de tempo em prosa e do outro a versar

Do tempo de amor e do tempo de abraçar

Para não ficar só no meio de muita gente

Que não tem tempo para amar

 

Seja tempo de chuva ou de sol a brilhar

Para mim não é um contratempo

Só o tempo sabe qual é o melhor momento

E no tempo certo tudo há de chegar

 

Do tempo fiz um amigo e meu aliado

Quero-o ter sempre do meu lado

Tempo que anda muito apressado

Para mim que ando sempre atrasado

 

Carlos Manuel Candeias

Paris, 18 de maio de 2016