Paris
Paris…
Paris cidade onde me posso perder…
eterna turista…
Paris…
onde tudo se pode ver…
ou quase…
Ainda adolescente…
Vi tantos homens no metro… jardins e rua…
apenas de gabardine vestidos…
abri-la num repente e abanar… abanar um sexo…
que às vezes mal se via…
e… – “Queres?”
Ouvi… – “vem… 100?… 200?… 500?… 1.000?”
Resposta o silêncio.
Meia volta… ou alarga o passo…
e ainda ouço
– “Ne comprends pas… étrangère”
Paris…
onde vi e vejo homens
ganchinho rosa em dois fios de cabelo
e até de vestido ou mini saia.
Sempre vi mulheres quase nuas…
e apenas de camisa branca
transparente a esconder a anca…
E hoje até vi uma mulher,
camisola preta na cabeça enrolada,
outra da mesma cor vestida
casaquinho, ganga azul
à cintura, mas… nas costas atado
e… em cuecas…
cuecas camuflagem…
Não me perguntem a cor dos sapatos
mas nem meias transparentes tinha
e conversava tranquilamente
com o homem que a acompanhava.
assim vai também Paris…
Paragem de Bus (7h30), 7 de maio de 2018