LusoJornal / Mário Cantarinha

Noite de Fado na Rádio Alfa juntou fadistas portugueses da região de Paris

Na sexta-feira passada teve lugar, na Sala Vasco da Gama, em Valenton, mais uma edição – a oitava – da Noite de Fado da Rádio Alfa, organizada sobretudo pela equipa do programa “Só Fado”.

O programa vai para o ar todas as sextas-feiras, entre as 21h00 e as 23h00, naquela estação de rádio da região parisiense, animado por Odete Fernandes, Manuel Miranda e Fernando Silva, um dos cofundadores da rádio.

Pelo palco passaram os fadistas Alves de Oliveira, que cantou Fado de Coimbra, Tony do Porto, Ana Paula “que é uma senhora que conheço há muitos anos, com traquejo nestas andanças” comenta Manuel Miranda, que também cantou, Tânia Caetano “que foi uma descoberta minha, há sensivelmente dois anos. É uma belíssima voz, com futuro, é uma voz do futuro” diz o organizador da Noite, e ainda Lúcia Araújo.

“Temos um equilíbrio perfeito entre homens e mulheres” comenta Odete Fernandes ao LusoJornal. “Agora já não são apenas os homens a dominar o fado”. Aliás, a história do Fado é dominada por mulheres, à frente das quais estava Amália Rodrigues. “Nas nossas noites, penso que é a primeira vez que temos uma paridade perfeita entre homens e mulheres”.

Todos estes fadistas foram acompanhados por Manuel Miranda, Ana Luísa e Tony Correia. “As pessoas identificam-me mais como guitarrista do que como fadista” diz Manuel Miranda ao LusoJornal, mas o coapresentador do programa “Só Fado” também canta e cantou aliás durante esta Noite de Fado.

Uma referência ainda para “uma jovem talentosa que nem é portuguesa, nem francesa, que vem de Bruxelas e fala português como nós” afirma Manuel Miranda, referindo-se a Ana Luísa que reside em Bruxelas, mas descobriu o mundo do fado e tornou-se numa tocadora de viola que acompanha fadistas. “É um espetáculo vê-la tocar. Ela tem muito talento”.

“Já com a equipa do ‘Só Fado’ a organizar estas noites, pensámos que os bilhetes eram caros e pensámos fazer uns ajustamentos para serem mais acessíveis a toda a gente” explicou Manuel Miranda. Mas este ano, o Diretor Geral da Rádio, Fernando Lopes, decidiu voltar à fórmula inicial e propor também uma pequena refeição.

“A sala está muito bem preparada. Estamos numa autêntica casa portuguesa, com mesas, com pão e vinho sobre a mesa, chouriça assada, caldo verde,… esta comida vai muito bem com o fado, é uma comida típica, popular, para uma sexta-feira à noite, depois de uma semana de trabalho, as pessoas adoram” disse ao LusoJornal.

“Durante algum tempo propusemos um preço mais acessível, mas sem serviço de refeição, sem jantar. Agora voltámos à fórmula inicial, com um jantar, pastéis de bacalhau, chouriço, caldo verde, pastéis de nata, vinho do Porto, Champanhe, porque estamos em França,…” disse Fernando Lopes. “Queríamos recriar aqui o ambiente das tascas de Lisboa”.

O Diretor Geral da Rádio Alfa estava visivelmente feliz. “Estou feliz porque é um êxito, a sala está cheia, os artistas são espetaculares e descobri aqui alguns artistas que ainda não conhecia, mas que vão marcar certamente a história do fado aqui em Paris”.

Uma semana antes da Noite de Fado, a lotação da sala estava esgotada. “É uma noite muito bem conseguida. O público é maravilhoso” comenta Manuel Miranda.

“São pessoas que vêm cá porque gostam de fado, não estão aqui para descobrir, já conhecem as regras essenciais para passar uma boa noite de fado” comenta por seu lado Odete Fernandes. “E aquilo que mais impressionou toda a gente, foi o silêncio que se fez sentir na sala”.

Odete Fernandes apresentou a Noite de Fado, falou com o público e com os artistas. Fernando Silva assegurou a transmissão técnica do espetáculo nas antenas da Rádio Alfa e a Manuel Miranda coube a relação com os artistas. “Estas noites dão trabalho, obrigam-nos de vez em quando a passarmos uma noite em claro, porque tudo isto é estruturado, porque as coisas não acontecem por acaso” diz ao LusoJornal.

Na sala estava presente o Presidente da Rádio Alfa, Armando Lopes, o Cônsul Geral de Portugal, António de Albuquerque Moniz, e o Adido Social do Consulado de Portugal na capital francesa, Joaquim do Rosário.

 

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