Opinião : Sobre os resultados eleitorais para a AR das Comunidades emigrantes portuguesas


A Direção da Organização na Emigração do PCP saúda todos os Portugueses, residentes no estrangeiro, que exerceram o seu direito de voto. Saúda igualmente, todos os que depositaram na CDU a sua confiança e, particularmente, os que o fizeram pela primeira vez, assegurando que esse apoio e esse voto expresso, será, como sempre, utilizado na defesa dos seus direitos e aspirações.

Saúda ainda os candidatos e ativistas da CDU, que de uma forma empenhada, abnegada, fizeram uma campanha de esclarecimento, que se pautou pela seriedade, prestação de contas e pela afirmação das propostas e soluções da CDU para as Comunidades emigrantes portuguesas.

A Direção da Organização na Emigração do PCP, salienta a diminuição da taxa de abstenção, apesar dos elevados números ainda registados. Para o PCP, impõe-se uma política efetiva de acompanhamento das Comunidades portuguesas, que coloque os seus problemas no centro da discussão, assim como a promoção de uma ação política que assegure, de facto, a ligação ao território, à língua e à vida política, social e cultural do País.

O aumento de votação na CDU, registado nestas eleições, representa um incentivo para o desenvolvimento do trabalho futuro no esclarecimento e na mobilização para uma efetiva mudança de rumo, que é necessária e possível.

Os resultados obtidos pelo PS, com a perda de dois Deputados – no Círculo Eleitoral da Europa e no Círculo Eleitoral de Fora da Europa – não é indissociável das opções do Governo PS. A promoção da política de direita, a ausência de respostas a problemas com que as Comunidades emigrantes portuguesas se deparam há décadas, e para as quais o PCP tem vindo a alertar e a apresentar propostas que insistentemente são recusadas, por aqueles que, como agora, assim que a legislatura se inicia, se esquecem das promessas feitas durante a campanha eleitoral.

A eleição de dois Deputados – no Círculo Eleitoral da Europa e no Círculo Eleitoral de Fora da Europa – pelo Chega, não pode deixar de ser encarado como um desenvolvimento negativo. Um resultado construído a partir da mentira, do populismo e da demagogia, e que a política de direita de sucessivos governos favoreceu, traduz, para lá da dimensão reacionária, xenófoba e racista e do discurso de ódio que promoveu, a ilusão de que a resolução dos problemas com que as Comunidades emigrantes portuguesas, encontrarão aí caminho para a sua resolução. Assim como também deve ser rejeitada e combatida a ideia de apresentar esse resultado e essa expressão eleitoral obtida como um forte apoio, por parte das Comunidades emigrantes portuguesas, à Extrema-direita, de legitimação e identificação com projetos antidemocráticos, racistas e xenófobos.

Com a nova correlação de forças presente na Assembleia da República e perante o novo quadro político, as Comunidades portuguesas residentes no estrangeiro podem contar com o compromisso de sempre do PCP na defesa dos seus direitos e interesses.

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Departamento da Emigração do PCP