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Paris-Roubaix: Entre os ciclistas que terminaram a prova estão 4 amadores portugueses

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Pelo menos 7 ciclistas portugueses chegaram sábado ou domingo 8 e 9 de abril ao Vélodrome de Roubaix no quadro da prova mítica Paris-Roubaix de ciclismo, contudo nem todos participaram na mesma categoria, mesma distância.

Sábado realizou-se a prova feminina, entre Denain e Roubaix numa distância de 145 quilómetros. Cortou a meta desta terceira edição como vencedora, a canadiana Alison Jackson. A única representante de Portugal, Maria Martins, terminou a prova na 25ª posição a 1’42’’ da vencedora, entre as 104 classificadas.

Maria Martins, a primeira portuguesa a participar nesta competição, melhorou a sua posição, em relação ao ano transato, tendo terminado em 2022 no 37° lugar.

Domingo de Páscoa, dois ciclistas portugueses alinharam-se à partida dos 257 quilómetros entre Compiègne e Roubaix desta edição 120 do «Inferno do Norte» (1).

Os dois atletas concluíram a prova. Rui Oliveira da UAE Emirates terminou a clássica das clássicas na 52ª posição a 6’48’’ do vencedor, o holandês Mathieu Van Der Pool da equipa Alpecin-Deceuninck. André Carvalho da Cofidis, chegou na 94ª posição com 17’03’’ de atraso sob o vencedor.

Já há vários anos que não víamos um ciclista portugues concluir esta competição.

Os 4 amadores portugueses

Surpreendente foi o nosso encontro com outros quatro ciclistas amadores, uma ciclista e 3 ciclistas vindos da região de Lisboa ,que, no sábado 8 de abril, participaram numa das provas amadoras, realizarando uma distância de 145 quilómetros, passando por zonas com os famosos “paralelos”, nomeadalente pela “Tranchée d’Arenberg”.

Estes quatro amigos, que em Portugal fazem parte de clubes diferentes, encontram-se para pedalar juntos em Portugal, mas também por vezes, fora do país, tendo todos entrado no Velódromo de Roubaix pela primeira vez. Uma prova que dizem ser muito dura, contudo bonita, com recordações inesquecíveis.

Faziam parte da comitiva, Salvador Esteves, proprietário da Salva Biclas, oficina de venda, mas também e sobretudo de reparação e restauro de bicicletas, por vezes bem antigas, situada no Bairro do Benfica, não muito longe do estádio. Como cliente, passa, quando necessário, pela Oficina Salva Biclas, o Primeiro-Ministro António Costa. Um cliente como os outros, como diz Salvador Esteves.

Artur Lourenço é fótografo e João é o reformado desta comitiva de quatro amigos.

O membro feminino do grupo, Roselina Figueiredo, é consultora imobiliária em Lisboa, Amadora, também ela amante da “Petite Reine” (2).

Bela coincidência. A 8 de abril de 1934, há exatamente 89 anos, três ciclistas do Benfica fizeram o percurso de Lisboa até Richebourg, onde está o Cemitério militar português, para virem assistir à cerimónia comemorativa da Batalha de La Lys. Tinham por nome Gil Moreira, Carlos Domingos, Leal et César Luiz, 4.000 quilómetros foram realizados nessa altura (3).

(1) O apelido que foi dado à prova Paris-Roubaix foi “Inferno do Norte”. O nome assim dado não está relacionado com a dificuldade da prova, mas sim devido ao facto dos ciclistas, ao fazerem as edições que se seguiram à I Guerra mundial, atravessarem regiões em estado caótico e em ruína.

(2) Em 1890, na sucessão de Guilherme III, a rainha, com apenas 10 anos, reinava o estado holandês. Alguns anos depois, a imprensa francesa, ao visitar o país, destacou o engraçado hábito da rainha, de andar de bicicleta pelo reino. É assim que a “Petite Reine” foi dada como outro nome à bicicleta.

(3) https://lusojornal.com/i-guerra-mundial-les-premieres-ceremonies-de-la-bataille-de-la-lys/

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