Paulo Marques diz que a prioridade é a reconstrução mas autarquias não querem pagar danos

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A prioridade para os autarcas franceses após o encontro com o Presidente, Emmanuel Macron, é a reconstrução do que a violência destruiu, mas sem serem as autarquias a pagar, defende o Presidente da Cívica, a associação dos autarcas franceses de origem portuguesa e também Conselheiro das Comunidades portuguesas, Paulo Marques.

Em declarações à Lusa, Paulo Marques disse que o retorno que teve de autarcas portugueses ou lusodescendentes, como Paulo Carvalho, que estiveram na reunião com o Presidente francês, no início da semana, não foi muito satisfatório.

Paulo Marques é Maire Adjoint de Aulnay-sous-Bois (93) e também é o Presidente da Associação cultural portuguesa daquela cidade.

No encontro com o Presidente, sublinhou, “há uma vontade de votar uma linha de urgência de reabilitação dos edifícios”.

“Nós o que solicitamos, é que haja primeiramente e rapidamente uma reabilitação dos nossos bairros, já”, salientou. “Desejamos que tudo o que diga respeito a serviços da administração local possa funcionar, para que se reponha o ‘status’ no centro das nossas preocupações nas cidades”, apontou.

Já o terceiro aspeto que preocupa os autarcas “é quem paga todos os danos” causados pela violência dos protestos, frisou.

O Presidente da Cívica realçou que as autarquias viram-se “sem meios durante muito anos, nomeadamente das dotações do Estado que tinham sido dadas aos municípios pelas suas responsabilidades” e não receberam. Por isso, para as autarquias a questão financeira de quem vai suportar os custos “é fundamental”, porque as Mairies não tem dinheiro para isso, considerou.

Depois, na opinião de Paulo Marques, é “preciso passar-se a uma reflexão durante este verão”, já que Jean Louis Borlo, Ministro do antigo Presidente francês Jacques Chirac, “tinha feito o livro branco, que apresentou em 2018 ao Presidente da República”.

“Mas deste livro branco não foram tomadas em consideração as medidas preconizadas”, recordou.

Em relação às prioridades para evitar situações de violência, como as que se verificaram após a morte do jovem Nahel, de 17 anos, atingido a tiro pela polícia durante um controlo de trânsito em Nanterre, Paulo Marques apontou que os professores nos “bairros mais sensíveis” sejam os que “têm muitos anos de profissão e grande competência”, e não os jovens.

Ao mesmo tempo, é preciso apostar também na formação e nas leis do trabalho, para se facilitar o acesso à formação, e em mais justiça, tendo como exemplo o que foi feito em Marseille. “Não se pára a vida do jovem, mas os meses de férias que deveria ter vai passá-los na prisão. Já está na prisão e, em setembro, pode voltar à escola. Isso é um sinal muito forte para a juventude, de que nada é impune”, advogou.

Agora, “não deve caber às autarquias, que já não têm financiamentos”, pagar os custos de tudo isto.

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