Lusa

Paulo Rangel é Ministro dos Negócios Estrangeiros e número dois do novo Governo


Paulo Rangel, Eurodeputado desde 2009, antigo líder parlamentar do PSD e primeiro Vice-Presidente do PSD, assumirá pela primeira vez um cargo de Ministro, tornando-se o número dois de Luís Montenegro.

No XXIV Governo Constitucional, Paulo Rangel será segundo na hierarquia do Executivo e só ele e o Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, terão estatuto de Ministros de Estado.

Paulo Artur dos Santos Castro de Campos Rangel tem 56 anos (nasceu a 18 de fevereiro de 1968 em Vila Nova de Gaia), e iniciou a atividade política em 2001, com a redação do programa de candidatura do ex-Presidente do partido Rui Rio, então candidato à Câmara Municipal do Porto apoiado por PSD e CDS-PP.

Desde então, Paulo Rangel tem repartido a sua atividade profissional pela advocacia, a universidade e a política.

Na vida académica, sempre ligado ao Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, especializou-se nas áreas do Direito Constitucional, Direito Administrativo e Ciência Política, tendo passado pelo Instituto Universitário Europeu e pelas Universidades de Bolonha, Génova e Friburgo, além de exercer a advocacia em várias firmas. Atualmente, leciona na Católica do Porto e na Porto Business School.

Entre 2004 e 2005, durante os cerca de seis meses do Governo PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Santana Lopes, Rangel foi Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco.

Na legislatura seguinte, iniciada em 2005 (ano em que se filia no PSD), estreou-se como Deputado, eleito pelo Porto, e a sua ascensão no partido foi rápida.

Em 2008, a seguir à vitória de Manuela Ferreira Leite nas eleições diretas para a liderança do PSD, foi o escolhido para liderar o Grupo parlamentar social-democrata.

Cerca de dez meses depois, Paulo Rangel voltou a ser o nome indicado pela então Presidente do PSD para encabeçar a lista do PSD às eleições de 7 de junho de 2009 para o Parlamento Europeu. O PSD saiu vitorioso dessas eleições e Paulo Rangel chegou à Vice-Presidência do Grupo parlamentar do Partido Popular Europeu e, em 2015, do próprio PPE.

Em 2010, Paulo Rangel disputou pela primeira vez a liderança do PSD e conseguiu 34,4% dos votos contra os 61% de Pedro Passos Coelho – que tinha perdido as anteriores diretas para Ferreira Leite -, numas eleições a que também concorreram José Pedro Aguiar Branco (3,42%) e Castanheira Barros (0,27%).

Passos Coelho manteve-o como cabeça de lista ao Parlamento Europeu em 2014, com a coligação PSD/CDS-PP a conseguir 27,7% dos votos contra 31,4% do PS (resultado que acabaria por ditar a saída do líder socialista António José Seguro, desafiado por António Costa em primárias).

Rui Rio volta a apostar em Paulo Rangel como ‘número 1’ a Bruxelas em 2017, mas o PSD, desta vez sozinho, regista o pior resultado de sempre nestes sufrágios, pouco abaixo dos 22%.

Em 2020, Rui Rio contou com o apoio de Paulo Rangel na disputa interna contra Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, e este encabeça a lista da Direção ao Conselho Nacional no Congresso seguinte, mas alguns meses mais tarde recusou o convite para encabeçar uma candidatura à Câmara Municipal do Porto.

Em 2017, o Eurodeputado ponderou disputar a presidência dos sociais-democratas, na sequência da saída de Passos Coelho, mas invocou “razões de ordem familiar” para não avançar, o que acabaria por só voltar a acontecer em 2022.

Numas eleições muito disputadas, Paulo Rangel consegue 48% dos votos contra os 52% de Rui Rio e não se envolve na disputa entre Luís Montenegro e Moreira da Silva.

No congresso de entronização de Luís Montenegro, em julho de 2022, a sua escolha para primeiro Vice-Presidente do PSD foi uma das grandes surpresas.

Nas últimas semanas, a dúvida era se entraria no Governo ou se poderia assumir um lugar de Comissário europeu no próximo executivo comunitário.

Composição do Governo

O Presidente da República aceitou ontem a lista de 17 Ministros proposta pelo Primeiro-Ministro indigitado, Luís Montenegro, para o XXIV Governo Constitucional.

A posse dos ministros do XXIV Governo Constitucional está prevista para terça-feira e a dos Secretários de Estado para dois dias depois.

Primeiro-Ministro

Luís Montenegro

Ministro de Estado e de Negócios Estrangeiros

Paulo Rangel

Ministro de Estado e das Finanças

Joaquim Miranda Sarmento

Ministro da Presidência

António Leitão Amaro

Ministro Adjunto e da Coesão Territorial

Manuel Castro Almeida

Ministro dos Assuntos Parlamentares

Pedro Duarte

Ministro da Defesa Nacional

Nuno Melo

Ministra da Justiça

Rita Júdice

Ministra da Administração Interna

Margarida Blasco

Ministro da Educação, Ciência e Inovação

Fernando Alexandre

Ministra da Saúde

Ana Paula Martins

Ministra das Infraestruturas e Habitação

Miguel Pinto Luz

Ministro da Economia

Pedro Reis

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Maria do Rosário Palma Ramalho

Ministra do Ambiente e Energia

Maria da Graça Carvalho

Ministra da Juventude e Modernização

Margarida Balseiro Lopes

Ministro da Agricultura e Pescas

José Manuel Fernandes

Ministra da Cultura

Dalila Rodrigues