Pintura: Jonir e o Pantanal brasileiro

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Jonir, artista brasileiro que celebra 50 anos de carreira, expôs em Paris durante este mês de maio. Nascido em Corumbá, no Pantanal, a maior planície de inundação do mundo, banhada pelo rio Paraguai, Jonir tem na sua terra natal a principal fonte de inspiração.

A sua obra explora a flora e a fauna do riquíssimo Pantanal. Uma obra pictórica povoada de pássaros como o tuiuiú (símbolo do Pantanal), a garça branca, o papagaio, mas também animais como a onça-pintada, a capivara, o tamanduá, o tatu, a tartaruga, o jacaré, peixes como a piranha ou o pacu.

Relembremos que em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia da sua história. Centenas de incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares, um total de 26% do bioma do pantanal – uma área maior do que a Bélgica – foi consumido pelo fogo. Cerca de 4,6 mil milhões de animais foram afetados e pelo menos 10 milhões morreram. Uma catástrofe causada, em parte, pela pressão que a indústria do agronegócio exerce sobre o território natural brasileiro. Queimadas efetuadas para saciar a fome de terras que vem provocando a diminuição das terras virgens brasileiras de ano para ano, seja na Amazónia, seja no Pantanal.

“O incêndio foi causado por queimadas propositadas”, afirma o pintor de 71 anos. “Muitas pessoas estão comprando terras e depois desmatam para plantar soja, grama para a criação de gado, e isso está trazendo um prejuízo muito grande ao Pantanal, uma depredação que vem acontecendo há muito tempo”.

Após múltiplas exposições em Campo Grande, Corumbá e outras partes de Mato Grosso do Sul, Jonir expôs em vários estados brasileiros e no mundo, desde países do Mercosul até ao Japão, passando pela União Soviética, Portugal, Alemanha ou Estados Unidos, mais precisamente na sede da ONU, em Nova Iorque.

Esta exposição itinerante do artista brasileiro por vários espaços e diferentes públicos parisienses durante as últimas semanas foi organizada pela jornalista Mazé Torquato Chotil e culminou com uma interação com um grupo de crianças luso-brasileiras.

“Foi uma experiência que me deu muito prazer, de diálogo com as crianças, de falar sobre o Pantanal e de responder às suas perguntas sobre os bichos do Pantanal”, confessa Jonir, “fiquei impressionado e emocionado com a preocupação dessas crianças pelo meio ambiente do Pantanal. Eles são os seres do futuro”.

 

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