Portugal foi convidado de honra do salão “Partir étudier à l’étranger”

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Numa iniciativa da associação Cap Magellan, Portugal foi o país convidado de honra do salão “Partir étudier à l’étranger”, que teve lugar em Paris no fim de semana passado, e muitos lusodescendentes foram saber mais sobre as universidades e politécnicos nacionais, descobrindo a possibilidade de integrar o ensino superior num regime especial.

Portugal reservou um contingente de 7% dos alunos do ensino superior para os Portugueses residentes no estrangeiro e os seus descendentes. Mas as cerca de 3.500 vagas não chegam a ser preenchidas já que em 2020 apenas cerca de meia centena de lusodescendentes deram o passo para irem estudar em Portugal.

“Portugal, que já foi muito um país de emigrantes, e continuamos ter pessoas que saem do país, está a dizer às suas Comunidades que voltem a Portugal”, disse a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.

De forma a integrar este contingente, um aluno com origens portuguesas em França tem de pedir equivalência do seu certificado de conclusão dos estudos secundários francês junto de qualquer escola secundária em Portugal e um certificado de residência em França junto de um consulado de Portugal, que comprove as suas origens lusas. As instituições portuguesas de ensino superior não pedem, em geral, qualquer certificado de conhecimento de português.

Para o Secretário de Estado do Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, também presente em Paris, a adesão dos lusodescendentes a este contingente “tem aumentado”, mas é preciso motivar os estudantes a integrarem outras opções, como o programa Erasmus. “Esperamos conseguir ter cada vez mais lusodescendentes a estudar em Portugal”, disse o Governante.

Neste salão estiveram presentes nove politécnicos (Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Portalegre, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu) e sete universidades (Aveiro Évora, Minho, Porto, Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Europeia e Universidade Católica), que querem atrair os estudantes franceses, especialmente os de origem portuguesa, para os seus auditórios.

Uma das vantagens propostas aos alunos de origem portuguesa é exatamente ter um número de vagas destinadas só a eles. “Os Politécnicos têm uma estratégia de promoção concertada no estrangeiro, junto das Comunidades portuguesas porque existem contingentes específicos nos acessos às licenciaturas e, desse ponto de vista, é fundamental dar a conhecer a realidade dos politécnicos”, disse Pedro Dominguinhos, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

Muitos lusodescendentes, assim como franceses sem relação particular a Portugal, também se aproximaram das universidades presentes, relatando que o custo de vida mais baixo é um fator de atração. “Perguntam-nos quanto custa a propina, qual é a forma de ingresso. Têm-nos vindo procurar também muitos filhos de emigrantes. Dizem-nos que o custo de vida é mais acessível e há um fator de atratividade porque Portugal está na moda”, relatou Cristina Reis, professora de Engenharia Civil, que esteve no salão a representar a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Os pedidos de esclarecimento vieram sobretudo de alunos com interesse nas áreas da ciência, tecnologia e engenharias, uma tendência confirmada por Mafalda Macedo, da Direção Geral do Ensino Superior (DGES). “Muitos estudantes franceses demonstram interesse em vir estudar para Portugal. Querem vir para Medicina, alguns para o Porto, outros para Coimbra, até porque já conhecem o país”, disse a Diretora do serviço de acesso ao ensino superior da DGES.

Luciana Gouveia, a Diretora da Cap Magellan disse ao LusoJornal que há vários anos que a associação “tem trabalhado a divulgação da cota especial de 7% reservado para lusodescendentes e de forma mais próxima com a Secretaria de Estado do ensino superior nos últimos dois anos”.

Em janeiro de 2020 já teve um stand no Salon de l’Étudiant e agora contou com um stand maior e Portugal foi considerado país convidado de honra.

“A informação tem tido dificuldade em ser passada” confessa Luciana Gouveia, mesmo se a Cap Magellan tem feito intervenções em Liceus e em Universidades e em 2020 organizou um ‘roadshow’ entre Bordeaux, Lyon e Paris. “Temos de perceber que tem de ser um trabalho contínuo. Não é de um ano para o outro que vamos passar de 300 candidaturas há três anos, para 3.500 que é o número total de vagas disponíveis. O aumento já é substancial, foi de 52% nos últimos dois anos, mas não é suficiente, sobretudo quando se compara com o público alvo de lusodescendentes em França, só para não falar dos outros países”.

 

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