Portugueses deportados em 1940 para os Campos Nazis vão ser homenageados em Angoulême

O Comité Nacional Francês Aristides de Sousa Mendes e a Delegação da Liga dos Combatentes e Resistentes Portugueses da Nouvelle-Aquitaine, vão participar na cerimónia do 80° aniversário do primeiro comboio de deportação da França ocupada, que enviou no dia 20 de agosto de 1940, 927 prisioneiros para um Campo de concentração nazi do III° Reich Mauthausen.

A cerimónia vai ter lugar no dia 20 de agosto, quinta-feira, às 11h00, em frente do Memorial dos Republicanos Espanhóis na Gare SNCF de Angoulême, por iniciativa da Associação dos Espanhóis da Charente.

Este primeiro comboio com deportados civis, levou 927 prisioneiros estrangeiros, essencialmente todos espanhóis, mas também seguiam 3 prisioneiros portugueses que foram conduzidos arbitrariamente para um campo de concentração nazi na Alemanha.

A presença do Comité Nacional Francês Aristides de Sousa Mendes pretende prestar homenagem precisamente aos três prisioneiros portugueses: João Fernandes Ferreira (de Adaúfe, Braga), João Ribeiro de Sousa (da Régua) e José Nunes Mateus (de Ferrarias Cimeiras, Castelo Branco).

A identificação destes três combatentes Republicanos portugueses foi possível graças às investigações de Cristina Clímaco, historiadora da Universidade de Paris 8, e à equipa de investigação da Universidade Nova de Lisboa, nomeadamente Cláudia Ninhos, e com as quais o Comité tem trabalhado sobre esta “página negra” da história da II Guerra mundial.

“O Comité Nacional Francês Aristides de Sousa Mendes e a Delegação da Liga dos Combatentes e Resistentes Portugueses da Nouvelle-Aquitaine, no quadro do nosso programa de ações 2020-2021, presta homenagem e honra a memória de todos os combatentes e Resistentes prisioneiros deportados, nomeadamente os Portugueses que têm sido tão esquecidos” diz Manuel Dias Vaz, Vice-Presidente do Comité.

“Nós também queremos prestar homenagem e destacar a coragem de todos os Portugueses que se implicaram na Resistência francesa entre 1940 e 1945” explica Manuel Dias. “Perpetuar a memória das vítimas do racismo e de todos estes estrangeiros que se implicaram na Resistência e contra a ocupação da França, é manter o espírito da Resistência e dos valores da Liberdade e da República. Devemos-lhes respeito e reconhecimento”.

 

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