LusoJornal / Mário Cantarinha

Rancho da ARCOP comemorou 25 anos

A associação ARCOP de Nanterre comemorou no fim de semana passado o 25° aniversário do seu grupo de folclore, na Salle des Congrès daquela cidade a norte de Paris. No sábado houve uma noite de Rusgas e no domingo um Festival de folclore, com vários grupos, um deles vindo de Portugal. O convidado de honra foi o Presidente da Câmara municipal de Ponte da Barca e pela festa passou também o Maire de Nanterre, Patrick Jarry.

Na noite de Rusgas, no sábado à noite, participaram as tocatas dos grupos Aldeias do Vez de Rosny-sous-Bois, Estrelas Douradas de Versailles, Danças e Cantares do Minho de Stains, Coração do Minho de Villepreux, Povo da Nóbrega de Créteil e o grupo aniversariante da ARCOP de Nanterre.

No domingo, a partir das 14h00, teve lugar um Festival de folclore com a participação dos grupos Aldeias do Minho de Malakoff, Flôr do Lima de Villiers-le-Bel, Casa dos Arcos de Paris, Os Lusitanos de Saint Cyr l’École e ARCOP de Nanterre. De Portugal veio o Rancho folclórico de Paço Vedro de Magalhães, porque o grupo de Nanterre representa Ponte da Barca.

“25 anos é uma vida” diz ao LusoJornal o Presidente da ARCOP Manuel Brito. “Toda esta gente está de parabéns, tanto aqueles que estão aqui desde o início, como os que chegaram depois. Estão todos de parabéns por trazerem as nossas tradições ao mais alto nível fora do nosso país”.

O grupo folclórico da ARCOP de Nanterre já atuou em várias cidades de França, já foi várias vezes atuar a Portugal e também já atuou na Alemanha. “É sempre um orgulho levar a nossa cultura cada vez mais longe” diz Manuel Brito.

“São 25 anos de entrega, de partilha com muita gente, com uma Comunidade que muito bem nos acolhe como a França” diz Augusto Marinho, o Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca. “Estou particularmente feliz porque nas muitas associações espalhadas pelo mundo, os Portugueses têm sido os verdadeiros embaixadores da cultura e das tradições de Portugal. São homens e mulheres com muita dedicação, muito respeito, e os autarcas com quem tenho falado sempre que venho a França, todos me dão este testemunho de homens e mulheres de trabalho”.

Augusto Marinho orgulha-se também pelos seus trajes e danças de Ponte da Barca, representados pelo grupo da ARCOP.

“Na década de 60/70, a França acolheu muitos dos nossos compatriotas que vieram à procura de uma vida melhor e mais recentemente, fruto da crise que se abateu sobre Portugal, recebeu mais uma vaga de emigração. Estamos pois num país amigo, que sempre nos recebeu bem, um país irmão. E esta associação cimenta estes laços de amizade”.

Patrick Jarry, o Maire de Nanterre confirma que a cidade quer fomentar o “vivre ensemble”. “Em Nanterre, uma parte importante da população é de origem portuguesa e nós somos muito sensíveis a todas as componentes da população”.

“A ARCOP faz parte da história de Nanterre. A associação participa nas iniciativas da cidade”. O Maire lembra o grupo de folclore, a equipa de futebol, os cursos de língua portuguesa e o apoio jurídico à Comunidade.

Mas o evento mais conhecido da ARCOP é a Feira de produtos portugueses de Nanterre. Este ano o certame vai ter lugar nos dias 12, 13 e 14 de abril. “Para mim esta festa já passou, já estou a pensar na Feira de produtos portugueses” diz Manuel Brito. “Já temos 20 municípios confirmados e, apesar de termos muitos pedidos, já não podemos acolher mais ninguém” lamenta o dirigente associativo.

“Se Deus quiser, estarei presente” garante o Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca. “Este ano, Ponte da Barca marcará uma presença mais forte. Vamos trazer a vertente da saudade, para aqueles nossos compatriotas que estão aqui e têm saudades dos produtos da nossa terra. E por outro lado, a vertente económica, porque durante o período de crise em Portugal, esta feira abriu as portas a empresas da nossa região, abriu o canal para que pudessem exportar os seus produtos para França”.

Augusto Marinho destacou o trabalho de Manuel Brito e dos restantes membros da associação. “No ano passado estive cá e falei com os empresários que me diziam que graças a esta feira conseguiram escoar os seus produtos com preços com mais margem e salvaram-se assim algumas empresas e alguns postos de trabalho”.

Por isso o autarca que criou um Pelouro da Diáspora na Câmara municipal, garante que vai reforçar a presença de Ponte da Barca na Feira.

Tanto no sábado à noite como no domingo à tarde, o Palais des Congrès de Nanterre encheu. “Para nós é sempre um orgulho de termos esta casa cheia” confessa Manuel Brito ao LusoJornal.

O dirigente da ARCOP diz que já é Presidente há 17 anos e que gostava de “passar a mão”. “Eu já dei bem a parte do meu trabalho ao movimento associativo. Não sei se fiz tudo bem feito, mas fiz pelo melhor, agora já é tempo de deixar a Presidência a gente mais nova”.

 

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