Saúde: A cirurgia é indicada para a grande miopia?

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Sim, desde que se cumpram os critérios básicos de segurança (inclusão/exclusão), idade, estabilidade refrativa, profundidade da câmara anterior, exclusão de doenças gerais ou locais impeditivas (por exemplo, glaucoma ou retinopatia diabética) e boas condições da retina.

Avaliação da retina, coroidose miópica degenerativa, é essencial antes de se avançar para o processo cirúrgico.

Quando a miopia é muito alta ou o paciente tem a córnea muito fina, a cirurgia a laser, LASIK, não está indicada pelos riscos futuros de desenvolver um queratocone iatrogénico. Nestes casos, a opção é a cirurgia de implante de lentes intraoculares fáquicas, usada nomeadamente na correção de altas miopias. Uma lente intraocular fáquica é uma lente que como o seu nome diz, se coloca num determinado sítio dentro do olho, mas em que não se mexe nas estruturas oculares existente.

É uma cirurgia segura, duradora, mas reversível (a lente fica enquanto se desejar, mas pode ser retirada em qualquer altura) com muito escassas complicações e todas controláveis.

No caso de o paciente ter mais de 40 anos e deseje operar a miopia, ele tem de ser advertido que a sua visão de perto vai piorar como em qualquer outra pessoa que veja bem, é o aparecimento da presbiopia, em que esticamos o braço para ler. Ele vai perder a vantagem que os míopes têm na visão para perto. Inevitavelmente, vai precisar de usar óculos para a leitura. Não é um problema da cirurgia, mas uma questão relacionada com a evolução normal da idade da pessoa.

O princípio básico do sucesso da cirurgia de correção dos erros refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo) é uma correta avaliação pré-operatória e respeitar os parâmetros de segurança de cada procedimento. Mas, há que fazer aqui um aviso, a grande questão nos altos míopes é a coroidose miópica degenerativa o que nos deve preocupar e o seu cuidadoso processo de monitorização pelo seu risco de progressão para a perda de acuidade visual. Pois apesar de deixar de usar óculos/lentes de contacto devido á cirurgia não há qualquer efeito da cirurgia na evolução da doença.

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Professor Doutor Eugénio Leite

Oftalmologista

Diretor das Clínicas Leite, Coimbra e Lisboa

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