Saúde: Aspartame: o que é?

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O aspartame é um adoçante artificial, isto é, é um composto sintético feito a partir de dois aminoácidos: o aspartato e fenilalanina.

Segundo a nomenclatura europeia, o aspartame corresponde ao edulcorante E 951.

Tem sido muito utilizado na indústria devido ao seu alto poder de adoçar os alimentos, sendo cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar.

Outra razão pela qual é particularmente popular é que praticamente não acrescenta calorias aos produtos alimentícios.

– Açúcar (sacarose) 1g – 4 kcal

– Aspartame 1g – 4 kcal

No entanto, como é mais doce, basta utilizar uma pequena quantidade.

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Onde se encontra?

O aspartame é consumido por mais de 200 milhões de pessoas, em todo o mundo e está presente em mais de 6.000 produtos.

O aspartame é muito estável em ambientes secos, mas sofre degradação em quando submetido a um calor prolongado. Por esse motivo, não é incorporado regularmente em produtos de panificação, pois perde sua doçura em altas temperaturas, sendo utilizado essencialmente em alimentos e bebidas, particularmente aqueles rotulados como “sem açúcar” como:

– coca-cola,

– doces (gomas e pastilhas elásticas), gelatinas,

– iogurtes,

– gelados.

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A Organização Mundial de Saúde classificou o aspartame como um possível agente cancerígeno. É motivo de preocupação?

Um carcinógeno é definido como uma substância que pode, ou tem o potencial de causar, cancro.

Substâncias cancerígenas geralmente aumentam o risco de cancro porque danificam as células metabólicas do corpo. Elas também danificam o componente de DNA da célula, que está diretamente associado a muitos processos biológicos do corpo, o que leva ao cancro.

Ser declarado uma substância cancerígena não torna um ingrediente ilegal, apenas serve de alerta aos consumidores sobre os possíveis efeitos colaterais de seu consumo. No entanto, tais advertências muitas vezes criam confusão e medo nas pessoas sobre o que podem ou não comer com segurança.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC) da OMS faz declarações, como esta sobre o aspartame, com base em evidências de pesquisas científicas publicadas. A IARC apontou para três estudos nos quais “foi observada uma associação positiva entre o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e o risco de cancro de fígado”. Um deles foi um estudo francês de 2022 envolvendo quase 103.000 participantes. Descobriu-se que aqueles que consumiam quantidades acima da média de aspartame todos os dias tinham maior risco de desenvolver cancro da mama e cancros relacionados com a obesidade (como fígado, rim e estômago). No entanto, o IARC observou que “acaso, viés ou confusão não podem ser descartados como uma explicação para os resultados positivos” nesses estudos.

Os carcinógenos são classificados em quatro categorias (1-4), dependendo da quantidade de evidências disponíveis para vinculá-los ao risco de cancro humano. Uma substância que se enquadre na categoria 1, tem fortes evidências que a ligam ao cancro humano. A categoria 4, por sua vez, significa que não há evidências disponíveis de que a substância possa levar à atividade cancerígena.

O aspartame enquadra-se na categoria 2B, o que significa que há evidências limitadas de atividade cancerígena humana, consequentemente, o IARC considera possivelmente cancerígeno para os seres humanos. A agência classificou-o como possivelmente causador de cancro, não provavelmente. É importante observar a distinção.

Outros ingredientes previamente declarados cancerígenos incluem carne processada e álcool.

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É ou não seguro consumir aspartame?

Não precisa de entrar em pânico se comer ou beber algo que contenha aspartame, até porque como vimos eles está presente em produtos a consumir pontualmente.

Enquanto a OMS realizava sua avaliação sobre o aspartame, o JECFA (o Comité Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares FAO/OMS) também reavaliava os níveis “seguros” de consumo de aspartame. Esta é a terceira vez que o comité o faz, sendo que a última avaliação foi realizada em 2016.

Como resultado, o JECFA reafirmou sua recomendação de que o consumo de aspartame é seguro dentro dos limites diários aceitáveis. A ingestão diária aceitável (ADI) de aspartame, na Europa, é de até 40mg/kg de peso corporal.

Para colocar isso em perspetiva, para um adulto de 70 kg isso corresponde a uma ingestão de 2.800 mg de aspartame. Uma lata de refrigerante zero (350 ml) contém cerca de 190 mg de aspartame, uma quantidade muito pequena. Isso significa que um adulto de 70 kg precisaria de beber cerca de 14 latas por dia para atingir a ADI, presumindo que não consuma aspartame de outras fontes alimentares.

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Alternativas ao aspartame

O aspartame é frequentemente usado como substituto do açúcar refinado, que também tem sido associado a vários efeitos adversos à saúde.

É uma abordagem caso a caso muito individual para decidir qual é a melhor escolha.

No lugar de qualquer um deles, podem ser utilizados adoçantes naturais como a stevia que tem zero calorias e ingredientes à base de plantas, logo não contém aditivos químicos ou ingredientes sintéticos.

O ideal, no entanto, são os açúcares naturais presentes nas frutas e vegetais que contêm fibras, reduzindo assim os níveis de açúcar no sangue.

Dra. Patrícia Cunha

Nutricionista

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