Saúde: Cárie dentária nas crianças

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A cárie dentária nas crianças é a doença crónica mais prevalente na infância. É uma patologia infeciosa, transmissível, resultante da atividade de bactérias específicas que aderem à superfície dentária, metabolizam açúcares e produzem ácidos que ao longo do tempo provocam desmineralização dentária.

A cárie precoce da infância (CPI), antigamente denominada de “cárie do biberão”, caracteriza-se pela presença de dentes cariados em crianças menores de 6 anos. A American Academy of Pediatric Dentistry reconheceu a CPI como um problema significativo de saúde pública.

Antigamente o tratamento dos dentes de leite era desvalorizado porque estes iriam cair. Com o passar do tempo compreendeu-se que estes têm extrema importância para evitar complicações graves, tais como:

– Consultas de urgência / hospitalizações

– Tratamentos mais complexos e dispendiosos

– Comprometimento do desenvolvimento craniofacial

– Risco de perda de espaço para a dentição definitiva

– Implicações na fala

– Diminuição da capacidade de aprendizagem

– Problemas psico-sociais

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As famílias devem ser acompanhadas desde a gravidez para serem dadas todas as informações de boas práticas de higiene oral e alimentação. A primeira consulta da criança deverá ser quando nasce o primeiro dente ou até ao primeiro ano de idade e a partir daí de 6 em 6 meses (média).

A higiene oral deve ser feita pelo menos duas vezes ao dia, como uma pasta fluoretada e uma escova adaptada à boca da criança. Dos 0 aos 2 anos, a quantidade de pasta colocada na escova deverá ser de um “grão de arroz” com 1000/1100 ppm de flúor. Nos bebés sem dentes, devemos usar uma dedeira ou gaze após as refeições.

A partir dos 3 anos, a quantidade de pasta colocada na escova deverá ser de um “grão de ervilha” com 1450 ppm de flúor. O “não enxaguar” após a escovagem aumenta a eficácia do flúor e o uso do fio dentário em tenra idade auxilia na diminuição do número de cáries interproximais (entre os dentes).

Na alimentação devem ser evitados snacks e bebidas açucaradas entre as refeições uma vez que aumenta o risco de cárie devido ao contacto prolongado entre os açúcares dos alimentos ou líquidos consumidos e bactérias cariogénicas. A amamentação e toma de medicação noturna também são fatores de risco para o aparecimento de lesões cariosas, sendo sempre aconselhada a higienização da cavidade oral após as mesmas.

A melhor arma para combater este problema grave de saúde pública é apostar na prevenção. Nesse sentido, a implementação de políticas e programas com ações de prevenção e promoção de saúde oral irão garantir a melhoria da qualidade de vida tanto das crianças como das suas famílias.

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Dra Ana Raquel Vieira

Médica dentista

Clínica Santa Madalena

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