Saúde: Mitos e verdades sobre lentes de contacto

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O uso de lentes de contacto é um procedimento seguro desde que se respeitem algumas regras simples.

A correção de erros refrativos em qualquer uma das suas vertentes, miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia pode fazer-se de duas formas, primeiro, uso de óculos, a forma mais comum e a que devemos ter sempre disponível independentemente de optarmos pela segunda hipótese, lentes de contacto (LC). Obviamente neste caso não estamos a excluir a hipótese cirúrgica.

Concentremos a nossa atenção no uso de lentes de contacto, que é um procedimento seguro desde que se respeitem algumas regras simples:

– As lentes de contacto não devem ser usadas mais de 8 a 10 horas por dia, e devem ser retiradas sempre que possível, nomeadamente quando estiver em casa;

– Deve ter-se especial atenção ao frequentar ambientes poluídos;

– Deve ter-se cuidados de higiene sempre que se mexer nas lentes, para evitar infeções;

– Deve-se ter os cuidados de higiene adequados e específicos com o tipo de lentes de contacto que usa, diárias, semanais, mensais ou permanentes, respeitando as indicações de cada produto de limpeza das mesmas e não tentar “economizar” pois isso irá aumentar o risco de complicações oculares, nomeadamente infeções;

– Se os olhos ficarem vermelhos deve retirar-se de imediato as lentes de contacto;

– Em caso de conjuntivite ou qualquer outra doença ocular externa, alergia, queratite ou outra, não devem ser usadas.

Os cuidados de limpeza, manutenção ou rejeição das lentes de contacto assim como do sistema de limpeza, a educação do paciente sobre horário de uso e “sinais de alerta” e as consultas regulares para avaliação oftalmológica, são cuidados essenciais na prevenção de complicações infeciosas, tóxicas e alérgicas no uso de lentes de contacto.

Mas, mais importante e antes de começar a usar, é obrigatório consultar um oftalmologista pois deve-se verificar se os olhos têm condições para suportar as lentes de contacto, nomeadamente, curvatura da córnea, bom filme lacrimal, algum processo inflamatório ativo, como blefarite, ou analisar se atividade profissional, desportiva ou de lazer da pessoa se adequa ao uso das mesmas.

A opção pelo tipo de lentes de contacto deve ser ponderada tendo vários parâmetros em questão, condições do olho, refração, tipo de atividade da pessoa, número de horas de uso previsíveis. Por exemplo, se pretendermos apenas usar para atividades especificas, como atividade desportiva, a opção lógica será lentes de contacto diárias, mas se o uso for para o dia a dia, a opção lógica recairá numa lente semanal ou mensal.

Pelo que deve ser um oftalmologista a prescrever ou, pelo menos, a aconselhar o uso das lentes de contacto e tipo das mesmas.

O uso de lentes comporta duas fases distintas, e que devem ser adequadamente abordadas, a saber, fase de adaptação e fase de uso diário sem nunca se entrar na fase de uso abusivo (horas a mais de uso ou mesmo dormir com lentes de contacto) pelos riscos que este abuso pode comportar.

Na fase de adaptação, o habituar-se ao seu uso vai depender de cada pessoa, pois nem sempre é fácil o gesto de colocar ou retirar a lente de contacto, assim como o olho pode não aceitar bem o contacto com a mesma provocando incómodo ou lacrimejo.

Na fase de uso diário, devemos tomar em consideração as regras anteriormente explicitadas e que significam tão somente, usufruir das vantagens do uso das lentes de contacto e sem complicações.

A fase de uso abusivo nunca deve ser atingida, pois pode comportar complicações. As mais frequentes são resultantes do trauma, diminuição da humidificação da córnea assim como da oxigenação da mesma e que levam ao aparecimento de queratites ou úlceras da córnea ou infeções por fungos, bactérias ou parasitas. A avaliação oftalmológica e o tratamento com medicação específica e adequada, juntamente com a diminuição ou mesmo suspensão do uso das lentes de contacto, são essenciais para a recuperação no caso de complicações oculares causadas pelo uso de lentes de contacto abusivo.

A lente de contacto para todos os efeitos é um corpo estranho em constante contato com um dos mais delicados tecidos do corpo humano, a córnea, numa interação que nem sempre será pacifica e tranquila.

Por isso, o utilizador de lentes de contacto deve ser cuidadoso com os seus olhos e lentes de modo a nunca correr o risco de ter complicações oculares que possam conduzir à diminuição ou perda da visão.

O oftalmologista deve ser o seu conselheiro e orientador na sua opção pelo uso de lentes de contacto pois todo o processo é dinâmico e por isso, requer avaliação periódica e modificações de comportamentos.

Prof. Eugénio Leite

Médico oftalmologista, cirurgião

Diretor clínico das Clínicas Leite

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