Saúde: O que se sabe sobre as variantes Éris e BA.6 da Covid-19

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controlo de Doenças (CDC, EUA) estão a investigar a ocorrência da estirpe de vírus corona designada por EG 5, ou Éris, que atualmente é a que alcança maior transmissibilidade quer nos Estados Unidos quer noutras áreas do globo, como na Grã-Bretanha.

Também a estirpe BA.2.86, ainda uma subvariante da ómicron, que até agora foi diagnosticada em pequeno número de casos nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Dinamarca e em Israel, foi classificada como “variante sob investigação”, sobretudo devido a múltiplas mutantes genéticas, que podem traduzir risco de originar surtos de disseminação.

Estas novas variantes não parecem atingir a penetração na população que anteriormente ocorreu com outras estirpes dominantes, mas ainda assim a Éris é responsável por cerca de 20% dos novos casos de Covid nos EUA, nas duas últimas semanas.

Tal como as estirpes de coronavírus ómicron anteriores, disseminam-se bem entre humanos. Quanto aos motivos da sua grande transmissibilidade, ainda são desconhecidos.

Estas questões não têm uma resposta concreta, com base científica, mas os dados disponíveis levam a crer que podem ocorrer reinfeções em pessoas suscetíveis, com menos defesas. As vacinas disponíveis têm efeito comprovado na proteção contra a estirpe ómicron, e espera-se assim que protejam também contra as atuais variantes, que basicamente têm estrutura molecular semelhante.

Todos os testes para a Covid-19, sejam eles de tipo PCR, realizados em laboratório, sejam testes antigénicos rápidos, para serem realizados em casa, devem detetar a estirpe Éris ou outras atualmente sob monitorização.

Os especialistas sublinham a importância de realizar testes deste tipo sobretudo com a chegada do outono, porque podem então aumentar com certa naturalidade a ocorrência e gravidade de sintomas atribuíveis a estes como outros vírus (gripe, vírus sincicial, etc).

Da informação veiculada pela OMS e o CDC, não parece surgir diferenças expressivas dos sintomas, em relação aos que têm sido divulgados nos casos diagnosticados como ómicron: tosse, dor de garganta, pingo nasal, espirros, dor de cabeça, fadiga excessiva, dores musculares, perda dos sentidos do cheiro ou gosto.

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Teste positivo

Também quanto a esta questão se mantém as atitudes a tomar, até novas evidências. Conforme preconizado pela Direção Geral da Saúde, manter o distanciamento, usar máscara, e cumprir a etiqueta respiratória e a lavagem frequente das mãos, hidratar bastante, descansar, usar paracetamol se se revelar necessário, em caso de dúvida ou agravamento contactar a linha SNS 24 – 808 24 24 24, ou o médico assistente, para orientação e avaliação em cuidados de saúde primários ou em serviço de urgência hospitalar ou, em alternativa, para permanecer em autocuidado no domicílio, com as recomendações adequadas a cada uma das situações.

É preciso ser muito explícito em assegurar que, até à data em que respondo a estas questões, nada prova que a doença causada por estas novas variantes da Covid-19 seja mais grave que as anteriormente reportadas. Assim, deve seguir-se a monitorização internacional, as recomendações da Direção Geral da Saúde e das Instituições que lhe estão associadas, como o Instituto Nacional da Saúde, encarregadas da monitorização a nível nacional.

O uso da máscara deve manter-se nos casos atualmente considerados – pessoas suscetíveis, aglomeração de pessoas e situações de risco potencial, como vai ocorrer com toda a probabilidade no tempo de outono ou inverno, que se aproxima.

Dr. José Reis Ferreira

Pneumologista

Presidente da Direção da Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias (ANTDR)

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